Em entrevista a rádio dos EUA, Bolsonaro defende a ditadura militar

Enquanto o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, negava, em entrevista ao programa Roda Vida, a possibilidade de abrir arquivos da ditadura militar no Brasil, a rádio pública dos EUA, NPR, publicava uma entrevista feita com o deputado em que ele defendia o regime.

Segundo ele, a ditadura foi um período "muito bom" para o país, e "impediu que o Brasil caísse sob influência da União Soviética".

A NPR explica ainda que a proximidade entre o candidato e os militares elevou a preocupação no país sobre as tendências autoritárias de Bolsonaro.

Apesar de defender a ditadura, o candidato negou que apoie uma tomada do poder pelos militares, segundo a reportagem.

A NPR explica que Bolsonaro atuou por mais de duas décadas no Congresso, mas que mesmo assim se apresenta como um nome de fora da política.

"Até recentemente, Bolsonaro estava nas margens da política brasileira, um congressista com sete mandatos que ocasionalmente aparecia nas manchetes, especialmente por comentários ofensivos à comunidade LGBTQ, mulheres e negros. Mas grande parte do público do Brasil perdeu fé na elite política por conta do enorme escândalo da Lava Jato, uma profunda recessão por dois anos e medo da violência", diz.

"Se apoiando no desencanto generalizado, Bolsonaro avançou para o centro do palco. Alguns comparam sua ascensão à de Donald Trump, que ele admira."

A reportagem da NPR relata ter encontrado com o candidato no aeroporto de Fortaleza, em meio a uma cobertura nacional sobre as eleições no país. A rádio cita vários eleitores brasileiros que se dizem frustrados com a política nacional como um todo, mas também relata que muitas minorias se dizem preocupadas com as chances do deputado.

"Pesquisas mostram que muitos brasileiros ainda precisam decidir em quem vão votar, o que indica que a corrida pela Presidência está aberta", diz.

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