Revista acadêmica analisa a presença do Brasil no cenário internacional
A edição mais recente da revista acadêmica "Trama Interdisciplinar", publicada neste mês, reúne uma série de artigos analisando a presença do Brasil no cenário internacional. A publicação especial bilíngue traz textos sobre a imagem do Brasil no exterior.
A coleção de artigos busca demonstrar a cooperação entre pesquisadores do Reino Unido e do Brasil que trabalham na área da pesquisa interdisciplinar sobre a imagem do Brasil, sob as perspectivas da história do cinema, relações internacionais, design, estudos culturais, nation branding, história da ciência e jornalismo.
No texto que apresenta a revista, a editora acadêmica Jane de Almeida avalia a situação atual do soft power brasileiro, discutida nos artigos da publicação.
"Apesar da reconhecida riqueza cultural brasileira, nosso país não figura bem nos rankings mundiais do relatório Soft Power e perdeu cinco posições nos últimos três anos: da 23ª para a 29ª, de 2015 a 2017. Em termos de soft power, esses resultados são desastrosos, inclusive porque o Brasil promoveu, a custos exorbitantes, eventos mundiais como a Copa de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016, que deveriam ter alavancado, ou como poderia ser dito em inglês, 'leveraged', nosso capital cultural e nosso poder de relações internacionais. Esse desastre é, em grande parte, proveniente da situação política brasileira, mas as implicações do soft power como poder público serviram de inspiração para a chamada de publicação desta edição da revista 'Trama'."
Publicada como Dossiê Soft Power, a revista foi editada em parceria com a professora de Estudos Brasileiros na Universidade de Leeds, no Reino Unido, Stephanie Dennison, que esteve no Brasil em 2017 como professora visitante do Programa de Pós-Graduação da Universidade Mackenzie, em São Paulo.
Dennison é apresentada na edição como uma das mais ativas brasilianistas em atuação no Reino Unido e uma das mais importantes pesquisadoras acerca das temáticas culturais relacionadas ao Brasil no exterior. Segundo ela, a ideia de editar o dossiê surgiu após o workshop "Identidade brasileira sob um olhar estrangeiro", realizado em São Paulo durante sua visita.
Na ocasião, a professora concedeu uma entrevista à Folha tratando da imagem do Brasil. Segundo ela, "a situação da inserção da cultura do Brasil no mundo não mudou, mesmo que a imagem do país tenha perdido força por conta da crise. O país continua fortemente associado a futebol e praias, de forma reducionista, mas positiva. A imagem da cultura parece sobreviver além das crises do Brasil, até porque é algo que não está associado ao governo e à política, como costuma acontecer no caso da China e da Rússia. Isso é muito importante para o Brasil, pois é algo positivo para a imagem do país."
Ao apresentar a edição da "Trama", a professora diz que para ela, como brasilianista, o Brasil nunca esteve fora dos holofotes, embora seja perceptível que o país tenha ganhado mais atenção internacional recentemente, especialmente por causa da Copa da da Olimpíada realizadas no país.
"Certamente não é coincidência que um bom número de artigos do presente volume reflita sobre duas questões: o sucesso ou não da recente incursão do Brasil em sediar megaeventos, e, em particular, os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e as questões relacionadas ao lugar do Brasil nos rankings de soft power", diz.
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