Economia puxou melhora da imagem do Brasil na imprensa estrangeira em 2017
O ano de 2017 chegou ao final registrando um dos piores momentos da imagem do Brasil, com rebaixamentos em quase todos os rankings internacionais de reputação de países. Um levantamento recém-divulgado revela, entretanto, que o tom da cobertura da imprensa estrangeira sobre o Brasil começou a melhorar no ano passado, e que a proporção de notícias de teor negativo começou a cair.
"A imagem do Brasil na imprensa internacional apresentou uma leve reação positiva em 2017", diz o relatório do estudo mais recente I See Brazil (IC Brazil), da consultoria de comunicação Imagem Corporativa. O trabalho fala em "ligeira melhora" e indica que a reação da economia após a dura recessão empurra a mudança de percepção externa do país.
Leia também: Por que a mídia internacional chama atenção no Brasil e por que ela importa
O estudo das menções ao Brasil em jornais estrangeiros ao longo de 2017 indica que 77% das notícias sobre o país tinham tom negativo. Apesar de ainda serem mais de três quartos dos textos publicados em alguns dos principais jornais do mundo, é uma melhora em comparação com os 81% de cobertura negativa registrados no ano anterior.
A avaliação foi realizada com base na análise de 13 publicações internacionais. O levantamento registrou 1.608 notícias sobre o país ao longo do ano.
Segundo o estudo, a mudança no tom se deu acompanhada de uma mudança dos temas brasileiros que apareceram nos jornais internacionais. Enquanto a política dominou o noticiário estrangeiro sobre o Brasil em 2016 (ano do impeachment de Dilma Rousseff), a economia em recuperação ampliou sua participação na cobertura internacional (que ainda assim continua dando muita atenção à política do país).
"Em 2016, a maior parte das matérias referia-se à política (47,4%), seguida da economia (29,3%) e de temas socioambientais (23,3%). No ano passado, os temas políticos baixaram sua participação na cobertura sobre o país para 42,8%, enquanto a economia subiu para 41% dos temas noticiados e os assuntos socioambientais baixaram para 16,2% do total."
A melhora do tom da cobertura também apareceu especialmente no segundo semestre, quando a proporção de notícias com tom positivo chegou a atingir 32,6%, o melhor nível em três anos. No primeiro semestre, a avaliação ainda era de que 80% das notícias sobre o Brasil no resto do mundo tinham tom negativo.
"Os sinais de recuperação econômica apresentados no primeiro semestre de 2017 ficaram mais fortes na segunda metade do ano e isso refletiu em um aumento da cobertura positiva do Brasil. Com o retorno dos IPOs, como os de BR Distribuidora, Azul e Carrefour, e o crescimento das operações de fusões e aquisições (como a aquisição da Vigor pela empresa mexicana de laticínios Lala), a imprensa estrangeira começa a ser mais otimista em relação à retomada econômica do Brasil", diz o relatório.
O I See Brazil é produzido com a finalidade de mostrar como está a imagem do Brasil em outros países, reunindo e analisando referências à política, à economia e aos assuntos socioambientais e diferentes aspectos ligados a esses três pilares.
O estudo avalia o que sai sobre o Brasil em 13 publicações internacionais: o italiano "Corriere Della Sera", a revista alemã "Der Spiegel", o indiano "Economic Times of India", o jornal espanhol "El País", o jornal de economia "Financial Times", o argentino "La Nación", o francês "Le Monde", o chinês "South China Morning Post", a revista britânica "The Economist", o japonês "Japan Times", os americanos "The New York Times" e "The Wall Street Journal" e o canadense "The Toronto Star". Além disso, analisa relatórios de agências de risco e economia e comentários de especialistas estrangeiros.
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