Marielle se transforma em símbolo global de luta contra racismo e opressão
Se o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco pretendia silenciar a luta política dela, o efeito do ataque contra ela foi o oposto, e a repercussão da sua morte já tem impacto internacional. Segundo análises publicadas nesta semana por veículos da imprensa estrangeira, Marielle se transformou em um símbolo global da luta contra o racismo e a opressão.
"O maior país da América Latina assistiu espantada enquanto uma personagem pouco conhecida fora do Rio de Janeiro se transformou em um símbolo global de opressão racial", diz uma reportagem publicada pelo jornal americano "The Washington Post".
O jornal lembra que Marielle foi homenageada no Parlamento Europeu e destaca protestos realizados em diferentes partes do mundo desde o assassinato.
"De Berlim a Miami a Montreal, pessoas que nunca haviam falar de Marielle até a semana passada tomaram emprestada uma frase do movimento 'Black Lives Matter': #sayhername (diga o seu nome)", diz o jornal.
"Como uma negra, lésbica, de esquerda, Marielle representava uma interseção de movimentos que estão se combinando como resultado do seu assassinato. Dezenas de milhares de brasileiros de todas as cores tomaram as ruas após sua morte."
O reconhecimento de Marielle como símbolo ganhou destaque também no jornal britânico "The Guardian". "A ativista política brasileira –uma negra, mãe solteira gay– foi uma lutadora sem medo em um país marcado pelo racismo e pela desigualdade. Seu assassinato deve reverberar em todo o mundo", diz a repórter Chitra Ramaswamy em uma coluna.
"O mundo está ao mesmo tempo encolhendo e se tornando mais assustador, e a repercussão de atos tão odiosos e emblemáticos viaja até longe de maneira rápida. A resposta também: dezenas de milhares apareceram no Brasil para protestar pelo assassinato de Marielle. Centenas de milhares se recusaram a esquecer dela em mais de 30 idiomas usando a hashtag #MarielleFrancoPresente", diz.
O site de jornalismo Quartz também se refere a Marielle como um "ícone global".
"Apesar de Franco ainda não ter entrado na polarizada política nacional do Brasil, seu assassinato reverberou em nível nacional e internacional. O Brasil perdeu uma política que ajudou aqueles que há tempos são ignorados –mulheres, pobres e negros. Mas com a morte dela, parece que o mundo ganhou uma mártir", diz.
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