Melhor destino para aventura, Brasil perde uma posição em ranking de imagem
Depois de terminar 2017 colecionando rebaixamentos na avaliação da sua imagem internacional, o Brasil começou 2018 perdendo mais posições nos índices que avaliam a reputação do país no mundo.
Logo no começo do ano, o Brasil havia caído ao último lugar no ranking de soft power da revista "Monocle". Mais recentemente, de acordo com outro estudo, perdeu uma posição e é considerado o 29º "melhor país do mundo", segundo a avaliação mais recente do ranking internacional Best Countries.
O índice é um dos mais novos levantamentos sobre a percepção internacional de diferentes países do mundo. O estudo considera a reputação de 80 nações em diferentes aspectos políticos, econômicos e sociais.
Na versão divulgada em 2017, o Brasil havia caído oito posições no ranking em apenas um ano, passando da 20ª colocação para a 28ª. Em 2018, o país perdeu ainda mais um lugar –tudo efeito de uma série de problemas na política e da economia do Brasil, o que se reflete na forma como o resto do mundo pensa sobre o país.
Além de oferecer uma classificação geral da reputação do Brasil, o estudo sobre os "melhores países" apresenta a classificação do Brasil em cada uma das categorias avaliadas no levantamento. A avaliação de cada um dos pontos revela até uma melhora relativa da imagem do Brasil, por mais que no ranking geral o país tenha perdido uma posição.
Segundo os dados divulgados em 2018, Brasil continua sendo o país mais bem avaliado do mundo enquanto um destino para turismo e aventura, no nota 10 no quesito. Manteve também a posição em termos de Cidadania (31º), Influência Cultural (8º), e Herança (14º).
A avaliação do Brasil piorou quando pensado o seu Poder (de 29º para 30º). Trata-se de uma avaliação sobre a projeção de influência de um país no palco global –ranking liderado pelos Estados Unidos, pela Rússia e pela China. "Os países mais poderosos do mundo podem não ser os mais queridos, mas são nações que consistentemente dominam o noticiário, preocupam políticos e moldam as perspectivas econômicas. De forma certa ou errada, suas decisões de política externa e econômica têm efeitos em todo o mundo", explica o estudo de 2017.
Em relação ao ano anterior, entretanto, o país melhorou levemente sua classificação em termos de Empreendedorismo (de 38º para 37º), Movers (que mede o potencial de crescimento e desenvolvimento do país, de 11º para 9º), Abertura a Negócios (de 63º para 60º) e até Qualidade de Vida (58º para 52º).
Uma possível explicação para a perda de uma posição geral em meio a melhora em tantos indicadores é o ranking é comparativo, então leva em consideração a situação de outros países em contexto geral. Assim, a Grécia melhorou mais do que o Brasil no período, e passou da 29ª para a 28ª colocação, passando o Brasil.
Além disso, mesmo com melhoras marginais a avaliação do Brasil continua sendo muito negativa quando se debruça sobre aspectos mais sérios sobre a situação do país, lidando com questões de qualidade de vida, política e economia no cenário global.
A comparação entre os aspectos bem e mal avaliados da reputação brasileira ecoa a sempre repetida interpretação do consultor Simon Anholt de que o Brasil é um país "decorativo". Isso significa que o país costuma ser visto no exterior como uma nação que serve bem a questões culturais e de diversão, mas mal para pontos ligados a política e economia globais.
O estudo Best Countries é desenvolvido anualmente pela consultoria Y&R's BAV, em parceria com a Universidade da Pensilvânia e a agência de notícias US News & World Report (no levantamento de 2016, a WPP fazia o estudo). Ele analisa dezenas de características qualitativas, impressões que têm potencial de influenciar as negociações globais, viagens, investimentos e afetar diretamente economias locais.
Suíça, Canadá e Alemanha aparecem no topo do ranking de 2018 como "melhores países" do mundo. A Argélia é o último lugar da lista de 80 países, seguida, de trás para a frente, por Angola e Sérvia.
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