Pesquisa aponta sucesso de política de cotas em universidades brasileiras
Uma pesquisa acadêmica realizada nos Estados Unidos e publicada neste início de 2018 indica que não há diferença estatisticamente significativa no desempenho acadêmico entre estudantes admitidos em universidades brasileiras com cotas raciais e aqueles que tiveram a admissão sem usar cotas.
O estudo foi realizado no departamento de economia aplicada da University of Minnesota, nos EUA, pela pesquisadora Claudia Bueno Rocha Vidigal. Ele se baseou em resultados de mais de 465 mil provas do Enade no Brasil.
Com o título "Racial and low-income quotas in Brazilian universities: impact on academic performance" (Cotas raciais e de baixa renda nas universidades brasileiras: impacto no desempenho acadêmico), o trabalho foi publicado na edição mais recente da revista acadêmica "Journal of Economic Studies".
Após a publicação acadêmica, o trabalho ganhou destaque nesta semana em uma reportagem do "Times Higher Education" (THE), um dos principais veículos de imprensa sobre educação superior do mundo.
Segundo a avaliação do "THE", é possível indicar que as cotas são um projeto bem-sucedido no Brasil, mas é preciso haver mais políticas para reduzir a desigualdade na educação no país.
"A primeira análise nacional das cotas de admissão em universidades do Brasil encontrou altos níveis de desempenho entre estudantes admitidos por este sistema, mas adverte que as lacunas de desempenho não podem ser fechadas apenas por ação afirmativa", diz a reportagem.
A ressalva se baseia no fato de que, apesar de mostrar que não há diferença entre os estudantes admitidos com cota racial, a pesquisa aponta que há uma lacuna entre alunos admitidos com cotas para estudantes de baixa renda. A diferença na avaliação entre cotistas de baixa renda e não cotistas é em média de 14%, segundo o estudo.
Ainda assim, a pesquisadora defendeu a importância das cotas no país. "Os dois tipos de cotas são benéficos, pois proporcionam educação universitária a estudantes desfavorecidos que normalmente não teriam acesso a ela", disse, em entrevista ao "THE".
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