Brasil começa 2018 em último no ranking de soft power da revista 'Monocle'
A animação divulgada no vídeo é bem curta, mas resume a imagem do Brasil na virada do ano 2017 para 2018: Um jovem de boné se aproxima do Cristo Redentor, cobre o rosto com um lenço e aponta o dedo para a estátua como se fosse uma arma. O Cristo então levanta os braços assustado.
A cena é mostrada no trecho sobre o Brasil de um vídeo da revista "Monocle" sobre os países com mais soft power no mundo, a Soft Power Survey 2017/2018. O país aparece em 25º lugar do ranking, o último lugar da lista em que ele já foi um destaque mundial.
"O Brasil já foi uma estrela do soft power, mas ficou em último na lista deste ano. O país não aproveitou o potencial do turismo de sediar a Olimpiada. E em meio ao caso político, a criminalidade aumentou. Assim é difícil promover a marca de um país construída sobre felicidade e hedonismo", diz o trecho sobre o país no vídeo que detalha o ranking da "Monocle".
A avaliação ecoa o resultado de todos os principais rankings internacionais que medem soft power e a reputação global de países do mundo. Em 2017, a imagem do Brasil sofreu de forma mais grave os impactos das crises internas do país, e a "marca-Brasil" foi rebaixada em todos os estudos deste tipo. A pesquisa da "Monocle" foi a última do tipo a ser divulgada, mas confirma a tendência.
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O comentário do vídeo sobre o Brasil ter uma marca baseada em "felicidade e hedonismo" também ecoa uma avaliação tradicional sobre a imagem do Brasil, a de que o país é visto como decorativo. Isso indica que ele costuma ser bem avaliado apenas em relação a questões relacionadas a lazer, turismo e diversão, mas não em temas sérios como política e economia.
A revista "Monocle" é uma das principais publicações mundiais a dar atenção a questões de reputação e imagem internacionais. O ranking mais recente destaca que os últimos anos mostraram que não é fácil manter o soft power de um país, e que ele pode cair no ranking, caso não trabalhe para manter a qualidade da sua imagem.
"Soft power é o grande jogo de 2018 e, se o ano passado nos ensinou alguma coisa, é que é preciso dar apenas alguns passos errados para para jogar a delicada imagem de um país em uma espiral", diz. O texto se refere a o quanto Donald Trump afeta a imagem dos EUA e o "brexit" atrapalha a reputação do Reino Unido.
A França subiu no ranking, levada em parte pelo governo de Emmanuel Macron, e aparece em terceiro lugar. A Alemanha se manteve em segundo lugar entre os países com mais soft power do mundo. E o Canadá se tornou o país com a marca mais valiosa do mundo graças à atuação do primeiro-ministro Justin Trudeau, segundo o ranking da "Monocle".
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