Brasil tem recorde de homicídios e amplia imagem internacional de violência
A divulgação de dados sobre o recorde de violência no Brasil, indicando o registro de mais de 60 mil mortes violentas no ano passado deve reforçar um dos mais fortes e mais negativos estereótipos a respeito do país no resto do mundo.
"Pergunte a um estrangeiro o que vem a sua mente quando ele pensa no Brasil, e um adolescente armado usando sandálias pode não estar muito atrás de jogadores de futebol ou passistas de carnaval de biquíni."
A descrição não é nova, nem rara. Ela é a primeira frase de uma reportagem publicada pela revista "The Economist" em 2008, quando tratava justamente de uma aparente redução da violência no país, que crescia e parecia no rumo certo de desenvolvimento à época.
Depois da pior recessão da história do país, com aumento da pobreza e da desigualdade, a violência volta a crescer e a marcar a imagem internacional do Brasil. Os dados mais recentes reforçam esta tendência.
No ano passado, os números de mortes violentas no país já geraram na mídia internacional várias comparações entre o Brasil e a Síria, país que vive uma grave guerra civil.
A comparação que aparece agora é diferente, mas muito negativa. "É como se o Brasil tivesse uma explosão de bomba atômica por ano", diz um entrevistado citado pelo jornal argentino "Clarín".
Apesar de o país viver uma "emergência nacional" por conta da escalada da violência, o governo não parece ter um plano para lidar com o problema, avalia o instituto internacional de pesquisa InSight Crime.
"A atual política do governo contra a insegurança tem sido amplamente reacionária em vez de proativa, centrada apenas no envio de forças de segurança a locais mais violentos em vez de implementar programas voltados a reduzir e prevenir crimes e a violência", diz a análise publicada no site do instituto.
O aumento da violência no país também tem levado analistas estrangeiros a apontarem o impacto político que isso pode ter.
"A violência no Brasil está fora de controle", e "os brasileiros parecem tolerar cada vez menos o que está acontecendo", diz Brian Winter, editor da revista "Americas Quarterly".
Este cenário, explica o artigo, ajuda a explicar a ascensão de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto.
"Parece óbvio: Alguém mais no campo dos candidatos a presidente precisa oferecer uma alternativa sã, democrática e com credibilidade –uma estratégia de segurança que respeite os direitos humanos, mas que seja também ambiciosa e ampla o suficiente para reduzir dramaticamente a violência nacionalmente", defendeu.
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