Brasil é o melhor país do mundo para aventura, mas tem má qualidade de vida
O Brasil é apenas o 28º "melhor país do mundo".
A avaliação é do ranking internacional Best Countries, um dos mais recentes levantamentos sobre a percepção internacional de diferentes países do mundo. O estudo considera a reputação de 80 nações em diferentes aspectos políticos, econômicos e sociais.
O levantamento revela que o Brasil despencou oito posições no ranking em apenas um ano. Em um período de graves crises na economia e na política, país deixou de ser o 20º colocado e ficou em 28º lugar.
Esta perda de status global em meio às instabilidades internas foi percebida também em outras avaliações de imagem do Brasil, como o Nation Brands Index, em que o país também despencou.
O mais interessante do estudo recente sobre os "melhores países", entretanto, não é exatamente o ranking geral de nações, mas o fato de que ele apresenta a classificação do Brasil em cada uma das categorias avaliadas no levantamento.
Assim, é possível saber que o Brasil é o país mais bem avaliado do mundo enquanto um destino para turismo e aventura, no nota 10 no quesito. O país vai bem ainda na avaliação da sua influência cultural, aparecendo em 8º lugar entre os países avaliados.
E mesmo com toda a crise, o Brasil ainda é o 11º colocado no ranking "movers", que mede o potencial de crescimento e desenvolvimento do país (uma queda em relação ao 6º lugar no item no ranking do ano anterior).
"O Brasil é um dos principais destinos turísticos do mundo. Entretanto, o país enfrenta no século 21 sérias questões ligadas a pobreza, desigualdade, política e ambiente", diz o estudo.
Assim como já se registrava no estudo de 2016, os problemas da reputação do Brasil aparecem em aspectos mais ligados a questões mais sérias, como economia e política.
O Brasil é apenas o 63º colocado na avaliação da sua abertura para negócios internacionais, por exemplo. É também mal avaliado em termos de qualidade de vida para seus cidadãos, ficando em 58º lugar. E é apenas o 31º em termos de cidadania.
A comparação entre os aspectos bem avaliados e mal avaliados da reputação brasileira ecoa a interpretação já feita pelo consultor Simon Anholt de que o Brasil é um país "decorativo", servindo bem a questões culturais e de diversão, mas mal para pontos relacionados a questões mais sérias no resto do mundo.
"Ocupando metade do território da América do Sul, o Brasil é um gigante do continente –tanto em tamanho quanto em população. A história do Brasil é marcada por turbulências econômicas, alternando entre crescimento e crise, e sua cultura é um caldeirão que tradicionalmente recebe bem o mundo", diz o estudo sobre o país.
Essa questão do contraste entre o apelo "decorativo" e os problemas políticos e sociais fica ainda mais evidente no ranking "Best Countries" por conta da avaliação que ele faz a respeito do "Poder" dos países.
O Brasil é classificado como o 29º país mais poderoso do mundo, com uma nota de apenas 1,3 ponto.
Trata-se de uma avaliação sobre a projeção de influência de um país no palco global –ranking liderado pelos Estados Unidos, pela Rússia e pela China.
"Os países mais poderosos do mundo podem não ser os mais queridos, mas são nações que consistentemente dominam o noticiário, preocupam políticos e moldam as perspectivas econômicas. De forma certa ou errada, suas decisões de política externa e econômica têm efeitos em todo o mundo", explica o estudo.
Isso pode ser interpretado como uma demonstração ainda de que o Brasil, apesar do seu tamanho e do seu apelo cultural e turístico (apesar de todo o soft power), não tem tanta relevância real. É como se o país, no fundo, não fosse levado tão a sério.
A questão do poder tem influência no ranking total de "melhores países", mas não é definitiva. O "melhor país do mundo", segundo o levantamento, é a Suíça, seguida pelo Canadá e pelo Reino Unido. Os EUA aparecem em 7º lugar.
O último colocado entre os países avaliados é a Sérvia, seguida do Irã e da Argélia.
O estudo é desenvolvido anualmente pela consultoria Y&R's BAV, em parceria com a Universidade da Pensilvânia e a agência de notícias US News & World Report (no levantamento de 2016, a WPP fazia o estudo). Ele analisa dezenas de características qualitativas, impressões que têm potencial de influenciar as negociações globais, viagens, investimentos e afetar diretamente economias locais.
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