Mercados já veem confronto entre Lula e Bolsonaro como cenário de pesadelo
Uma possível disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado Jair Bolsonaro pela Presidência do Brasil em 2018 seria o cenário de pesadelo para os mercados financeiros.
A avaliação é do analista financeiro Bret Rosen. Segundo ele, apesar de estarem em lados opostos da política, os candidatos da esquerda e da direita são vistos como um risco parecido, pois ambos reduziriam as chances de reformas estruturais que economistas defendem para o Brasil, o que seria ruim para o mercado.
Em um artigo publicado na revista "Americas Quarterly", Rosen avaliou as mais recentes pesquisas de intenção de voto realizadas no país, e fez uma análise dos quadros mais prováveis e do que seria mais interessante para os mercados financeiros internacionais.
Segundo ele, o cenário atual cria três possibilidades mais fortes para a eleição, com possível vitória da esquerda (com Lula), da direita populista (com Bolsonaro) e uma via de centristas moderados (com um nome ainda não definido, mas se aproximando do governador e do prefeito de São Paulo –Geraldo Alckmin e João Doria). Esta opção centrista, diz, seria a preferida de investidores.
Tanto Lula quanto Bolsonaro, avalia, gerariam "reações semelhantes do mercado", apesar de Bolsonaro ainda não ter apresentado uma plataforma econômica.
Lula, segundo ele, reduziria a perspectiva de reformas estruturais no país, indicando uma tendência de queda da Bolsa, desvalorização cambial e impacto sobre o crédito.
Bolsonaro, por outro lado, traria grande incerteza. "O Brasil nunca foi governado por um líder com esta plataforma populista de direita, e é provável que a chance de aprovação de reformas seja baixa", diz.
A preferência dos mercados, portanto, ficaria com um nome de centro, como Alckmin ou Doria. Este nome "teria apoio das elites financeiras e da mídia", diz. Segundo Rosen, entretanto, é preciso saber se algum desses nomes será capaz de unir os partidos de centro, o que é um risco no caso de rompimento entre Alckmin e Doria.
"Se os moderados de centro se consolidarem em torno de um nome, com uma grande coalizão de partidos por trás, vai crescer o otimismo de que o Brasil pode andar para a frente com um presidente que defende mais reformas estruturais para criar as condições para um retorno moderado crescimento econômico nos próximos quatro anos", diz.
O governador de São Paulo já foi indicado como favorito dos mercados em uma análise de perspectivas para 2018 publicada pela revista de economia "Forbes". A publicação minimizou o risco de Lula, por lembrar do seu trabalho no governo, mas indicou que Alckmin (chamado de "Al Gore da política brasileira") seria o favorito dos investidores.
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