Brasil lê e ecoa distopias como 'A Revolução dos Bichos', diz 'Le Monde'
Um dos livros mais vendidos no Brasil, "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, encontra ecos na situação política e social do país atualmente, segundo o jornal francês "Le Monde".
"'Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros', no Brasil, país onde a grande riqueza está ao lado da extrema pobreza, a frase de Napoleão, o porco tirano do livro 'A Revolução dos Bichos', de George Orwell, encontra um novo eco", diz a reportagem, citando as altas vendas da obra (e também de "1984", do mesmo autor), apesar de o país ter uma cultura pouco leitora.
Segundo o texto, alguns especialistas no mercado apontam para o governo de Donald Trump nos EUA para o aumento no interesse em distopias no Brasil, mas o "Monde" ressalta que o próprio Brasil vive uma situação que pode atrair mais leitores a essas obras.
"Um ano após o polêmico impeachment da presidente de esquerda Dilma Rousseff, os brasileiros assistem, desapontados e envergonhados, ao espetáculo por vezes grotesco da sua classe política", diz.
A reportagem explica que os políticos envolvidos em escândalos frequentemente se dizem "perseguidos" pela justiça, o que cria um argumento fantasioso que aproxima a realidade do país da obra de Orwell.
"É sem dúvida, e sobretudo, a profunda decepção de parte do país após a esperança gerada pela eleição de Lula, em 2003, que explica a (re)leitura de 'A Revolução dos Bichos'. Depois de ter colocado no poder o 'pai dos pobres' e de ter conhecido uma redução espetacular da miséria, o país revive seus demônios –a crise econômica, a extrema violência e a arrogância dos bem-nascidos", diz.
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