Crise faz 80% de menções ao Brasil na mídia estrangeira terem teor negativo
"O primeiro trimestre de 2017 foi o momento em que a imprensa internacional percebeu de forma mais clara que o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em agosto, não traria a estabilidade política ao Brasil."
A avaliação é parte do estudo I See Brazil sobre como o país apareceu na mídia estrangeira no primeiro semestre deste ano.
Realizado pela agência Imagem Corporativa, o levantamento avalia regularmente a imagem do país a partir de pesquisas e da abordagem da imprensa internacional a respeito da reputação do Brasil.
Apesar de o relatório anterior, referente ao último trimestre de 2016, ter indicado uma leve melhora no tom usado pelo resto do mundo para se referir ao Brasil, o levantamento referente ao primeiro semestre de 2017 mostra que a imagem do Brasil ainda vai mal. Segundo o estudo, essa continuação da crise política é um dos principais motivos que têm gerado observações negativas a respeito do país.
"A forte rejeição popular às políticas do presidente Michel Temer e o envolvimento de diversos integrantes do governo em atividades ilícitas derrubaram a imagem do país no exterior com relação a temas políticos", diz.
No primeiro semestre de 2017, 80,5% da cobertura da imprensa internacional teve tom negativo em relação ao país. O estudo avaliou 1.170 reportagens sobre o país publicadas em 13 jornais internacionais.
O relatório faz a ressalva de que o pior momento da imagem do país ainda foi o primeiro semestre de 2016, quando 84% das reportagens tinham tom negativo, mas lembra que a segunda metade do ano passado já havia visto o encolhimento da cobertura negativa para 75,85%.
Além de contabilizar o percentual de cobertura positiva e negativa sobre o país na mídia estrangeira, o estudo também pondera as avaliações da imprensa e de especialistas internacionais sobre o Brasil, gerando uma nota para a imagem do país, chamada de I See Brazil Index.
"No primeiro semestre, o indicador atingiu 1,858 ponto –-resultado pouco superior ao observado entre janeiro e junho de 2016, quanto se atingiu 1,297 ponto, mas inferior ao verificado no segundo semestre do ano passado (2,448 pontos)", diz o relatório.
Segundo o I See Brazil, a redução da nota entre o segundo semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2017 reflete a reversão que ocorreu na percepção externa nesses últimos doze meses.
"Após a realização dos Jogos Olímpícos do Rio de Janeiro, em julho do ano passado, parecia que a percepção internacional do Brasil iria aos poucos se recuperar do turbilhão político e econômico que fazia parte do dia a dia do país desde o início de 2015. O otimismo cauteloso de empresários e investidores parecia indicar que 2017 seria um ano melhor. No entanto, o que se percebe no primeiro semestre deste ano é que esse otimismo parece ter sido um pouco precipitado", diz.
Segundo o relatório, a percepção negativa se aprofundou à medida que as investigações da Operação Lava-Jato prosseguiram, demonstrando a complexidade das operações de corrupção envolvendo grandes empresas e representantes da classe política brasileira.
O I See Brazil é produzido com a finalidade de mostrar como está a imagem do Brasil em outros países, reunindo e analisando referências à política, à economia e aos assuntos socioambientais e diferentes aspectos ligados a esses três pilares.
O estudo avalia o que sai sobre o Brasil em 13 publicações internacionais: o italiano "Corriere Della Sera", a revista alemã "Der Spiegel", o indiano "Economic Times of India", o jornal espanhol "El País", o jornal de economia "Financial Times", o argentino "La Nación", o francês "Le Monde", o chinês "South China Morning Post", a revista britânica "The Economist", o japonês "Japan Times", os americanos "The New York Times" e "The Wall Street Journal" e o canadense "The Toronto Star".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.