Deu na 'Economist': Uso do Exército como polícia cria riscos para o Brasil
Em um país violento, mas sem inimigos externos, e com um Exército de mais de 300 mil soldados, o Brasil tem apelado cada vez mais às Forças Armadas para a realização de ações de segurança pública, o que gera um risco para a democracia e para o país como um todo, segundo reportagem publicada pela revista "The Economist".
Segundo a publicação, a crise nos Estados brasileiros fez com que se multiplicassem os pedidos pelo Exército na ajuda no combate à criminalidade urbana, e "soldados estão tentando se adaptar a uma nova função", de polícia.
"A maioria dos brasileiros parece não se preocupar com essa tendência. Ao contrário dos políticos e policiais, os militares são vistos como honestos, competentes e gentis. Apesar da sombra da ditadura, o Exército geralmente aparece no topo dos rankings de confiança das instituições", explica a revista.
Ainda assim, complementa, borrar as linhas separando a defesa nacional da aplicação da lei é perigoso para a democracia, caro para os cofres públicos e tira dos militares o foco na proteção ao território brasileiro. "Transformar um recurso de emergência em uma presença de rotina pode diminuir a confiança pública em autoridades civis", diz.
A análise da revista se alinha em parte à avaliação do pesquisador alemão Christoph Harig, doutor pelo King's College de Londres e especialista na relação entre Forças Armadas, segurança pública e política no Brasil.
Em um artigo recente, ele argumentou que o uso das Forças Armadas para garantir a segurança de cidades brasileiras é um reflexo do fracasso dos governos do país em controlar a violência e manter a segurança pública, mas que não deve ser entendido como um sinal de risco à democracia. Ainda assim, o apelo aos militares para resolver questões internas do país acaba dando força política a este grupo, e garantindo privilégios.
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