Volta de Lula ao poder não reviveria 'milagre', diz analista uruguaio
Em meio ao caos político que dominou o Brasil, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem aparecido com frequência como o mais popular entre os pré-candidatos nas eleições presidenciais do próximo ano. Mesmo que Lula consiga voltar ao poder, entretanto, avalia o jornalista uruguaio Raúl Zibechi, é pouco provável que tenha êxito semelhante ao do passado, quando governou como um dos líderes mais bem avaliados da história do país.
A opinião foi publicada em um artigo na revista uruguaia "Brecha" no fim do mês passado e republicado agora na revista digital francesa "A L'Encontre".
"Mesmo se ele ganhar as eleições presidenciais em 2018, como indicado pelas pesquisas, e contorne a possibilidade de ser preso, o ex-presidente Lula não tem condições econômicas e políticas para reviver o 'milagre' que lhe permitiu melhorar a situação dos pobres sem tocar nos ricos. Seu governo hipotético não contaria com apoios empresariais, militares e sociais que deram vida ao projeto 'Brasil-potência"', explica Zibechi.
No contexto atual, avalia, o lema usado pelo ex-presidente na campanha eleitoral de 2002, "Lulinha paz e amor", soaria como uma farsa, pois a polarização criou um clima de luta muito mais forte.
"Não há espaço político para enfrentar a pobreza sem fazer reformas estruturais. Governar para aqueles de baixo assume, nas condições atuais, lutar contra os de cima. Lula vai ser capaz de tomar o caminho da luta de classes, caminho que ele nunca tomou nem mesmo quando era um sindicalista?", pergunta.
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