Artigo de think tank americano diz que Brasil vive Estado de exceção
O impeachment de Dilma Rousseff e a ascensão ao poder de Michel Temer como presidente do Brasil criaram uma situação análoga a um "Estado de exceção" semelhante ao que governou o Brasil a partir de 1964, segundo um artigo publicado pelo site do think tank americano Council on Hemispheric Affairs (Coha).
"O Brasil tem uma longa história de rupturas democráticas e crises econômicas, mas desde que a presidente democraticamente eleita Dilma Rousseff foi ilegalmente deposta em 31 de agosto de 2016, o país tem assistido a uma maior deterioração do estado de direito e da legitimidade democrática em todos os ramos do governo", defende o texto, em inglês, assinado pelas pesquisadoras Aline Piva e Liliana Muscarella.
O artigo assume que o impeachment foi um "golpe" e diz que ele foi parte de uma manobra coordenada pela mídia e pelas elites com ajuda do Judiciário para tirar o Partido dos Trabalhadores do poder.
Desde a saída de Dilma, argumenta, o governo tem se mantido no poder de forma tênue com ajuda de uma "constante deterioração das instituições brasileiras, criando um estado de coisas com pouca semelhança com a democracia", diz, indicando que isso gera uma ação violenta contra as vozes da oposição.
"Esta dinâmica pode ser classificada como um 'estado de exceção' não convencional –um com muitas semelhanças com a ditadura militar iniciada em 1964."
Com sede em Washington, DC., o Coha foi fundado em 1975 e faz um contraponto mais à esquerda dos think tanks americanos mais populares, como o Instituto Brookings e o Council on Foreign Relations –apesar de esta postura política não ser declarada ou oficial pelo instituto, que diz defender apenas a democracia e condenar regimes autoritários.
Desde o início do processo de impeachment contra Dilma, a maioria dos textos publicados pelo think tank tinham um tom crítico à saída dela do poder. A análise do Coha indicava riscos de tensão e democracia, mas um artigo publicado ali dizia que a instabilidade do país ia além do impeachment.
Sem fins lucrativos, o centro de pesquisas se propõe a promover interesses comuns do hemisfério e aumentar a visibilidade de assuntos regionais, além de aumentar a importância das relações inter-americanas e incentivar o desenvolvimento de uma relação construtiva entre os EUA e o resto do continente.
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