Mídia estrangeira vê Brasil de 2018 dividido entre Trump e 'poderoso' Lula
Duas reportagens publicadas na mídia estrangeira na última semana simbolizam uma tendência cada vez mais comum nas análises internacionais sobre o cenário político do Brasil nas eleições de 2018. Segundo publicações como o "Washington Post" e o "Financial Times", o país chegará à próxima decisão política dividido entre uma versão local de Donald Trump e a volta do 'poderoso' Lula.
A ideia de ascensão de um nome externo à política tradicional no Brasil como opção à fragmentação do establishment de Brasília tem sido comentada no exterior há algum tempo. Isso seria o resultado da destruição do sistema político tradicional no país, como explicou uma análise recente da agência de geopolítica americana Stratfor.
Em uma entrevista concedida ao blog Brasilianismo no fim do ano passado, Brian Winter, diretor da "Americas Quarterly" avaliava que o país tinha todos os ingredientes que levaram Trump à Presidência dos EUA. A agência de economia Bloomberg também publicou recentemente uma reportagem sobre o risco de o deputado Jair Bolsonaro se tornar este "Trump brasileiro".
A reportagem mais recente sobre este tema no "Washington Post" foi publicada com uma foto do presidente dos EUA sobreposta à bandeira brasileira. O texto parte de uma entrevista pela ex-presidente Dilma Rousseff ao jornal, durante uma passagem pelos EUA.
"Com a aproximação de eleições presidenciais, um número de candidatos pouco ortodoxos emergiu e ameaça desfazer ainda mais o legado de Dilma e do seu antecessor, o líder carismático Luiz Inácio Lula da Silva", diz o jornal.
O mesmo "Washington Post", curiosamente, publicou uma análise em novembro do ano passado fazendo a comparação de forma invertida. Segundo ele, as proposta de Trump antes de assumir a presidência dos EUA é que se aproximavam do "populismo" do governo Dilma.
O "Financial Times" também tratou, em reportagem publicada recentemente, da emergência de nomes de fora da política brasileira. Segundo o jornal de economia, entretanto, mais do que Bolsonaro, quem mais tem chance de crescer é o prefeito de São Paulo, João Dória.
Para o "FT", entretanto, o caminho não está tão aberto assim, visto que o país pode assistir à volta do "poderoso" Lula, como chama o ex-presidente.
Apesar das denúncias de corrupção e da responsabilidade de Lula pelos erros de Dilma na presidência, diz, pesquisas indicam que Lula venceria uma eleição presidencial no país hoje.
"Ele terminou seu mandato em 2010 com 83% de aprovação após uma longa expansão da economia em que a classe média do Brasil cresceu e chegou a formar metade da população", diz o "FT".
Segundo o jornal de economia, Lula pode se beneficiar politicamente das fragilidades do governo de Michel Temer, que está tentando aprovar medidas pouco populares, e que está sob pressão por conta das investigações da Lava Jato.
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