Em tom apocalíptico, a 'Economist' defende reforma da Previdência de Temer
O tom da reportagem publicada pela revista "The Economist" a respeito da situação da Previdência no Brasil beira a perspectiva de apocalipse, de catástrofe econômica que precisa ser revertida.
"O país está perigosamente despreparado para o choque [do envelhecimento da população]", diz um trecho do texto.
"O Estado [do Rio de Janeiro] está quase falido. Sem uma ação para corrigir a situação, o Brasil enfrentará um futuro igualmente sombrio", avalia mais adiante.
Apesar de o atual sistema ter uma origem que merece elogios, diz, "o Brasil se tornou um país de aposentados jovens e prósperos", e "o acúmulo de direitos se transformou numa bomba de fragmentação econômica", complementa.
Com a mudança na demografia e o envelhecimento da população aliados a um sistema previdenciário deficitário, que a revista chama de "generosidade geriátrica", o país está correndo sérios riscos, explica.
A partir do diagnóstico, a revista passa a tratar de uma das soluções para o problema, e defende a proposta de reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer.
"Este mês o Congresso começou a debater um plano para reformar a Previdência. A recuperação econômica e a estabilidade financeira do Brasil dependem do seu sucesso", diz, alegando que a reforma reduziria o problema da Previdência a "proporções normais".
"Temer tem baixa popularidade, mas se ele conseguir limpar o sistema previdenciário, os brasileiros vão ter motivos para agradecer a ele."
O tom da revista condiz com a linha editorial dela. Ao longo das décadas, a "Economist" tem a tendência de alternar momentos de expectativa com críticas sempre que o modelo da política econômica do governo brasileiro se aproxima ou se afasta dos ideais "pró-mercado", segundo a pesquisa de doutorado da socióloga Camila Maria Risso Sales.
"A visão da 'Economist' é mais positiva sobre o Brasil se a política econômica do país se aproxima mais do viés liberal", disse Sales em entrevista ao blog Brasilianismo.
É com esta perspectiva que se pode entender a defesa que a revista publicou das propostas econômicas do governo Temer logo após o impeachment. Apesar de ter criticado o processo e o sistema político brasileiro como um todo, a revista mudou a avaliação sobre o Brasil quando a política econômica do governo mudou.
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