Brasil está vencendo a luta contra a corrupção, dizem especialistas dos EUA
Apesar da perda trágica do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, e do seu impacto no processo da Operação Lava Jato, há motivos para o país ter esperança, segundo pesquisadores americanos especialistas em transparência. O Brasil está vencendo a luta contra a corrupção, segundo Susan Rose-Ackerman e Paul F. Lagunes.
"Em nosso livro 'Greed, Corruption and the Modern State' (Ganância, corrupção e o estado moderno, de 2015), argumentamos que sociedades precisam lutar contra a influência e poderosos atores econômicos para defender o interesse público. A rede de brasileiros expondo, processando e sentenciando políticos corruptos mergulhados no mar de lama incorpora este ideal", dizem os autores em um artigo publicado no site "The Conversation".
Segundo eles, entretanto, este esforço seria beneficiado por reformas legais que facilitassem a luta contra a corrupção.
Lagunes é pesquisador do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Doutora em economia pela Universidade Yale e professora de ciência política, Rose-Ackerman é considerada uma das principais referências mundiais em corrupção, já escreveu nove livros sobre o tema e é afiliada à ONG Transparência Internacional.
No texto, eles traçam a história recente de forte presença de corrupção na política brasileira, mas dizem que mais recentemente houve uma mudança.
"Nenhum dos esquemas de pagamento de propinas seria conhecido hoje se promotores federais não tivessem investigado profundamente o esquema da Petrobras, permitindo que o Judiciário desafiasse a elite", dizem.
"Os próprios brasileiros e uma mídia corajosa também têm crédito pelo fim gradual da impunidade", complementam, citando cerca de 200 prisões e 80 condenações no processo contra a corrupção no país.
A pesquisadora Rose-Ackerman tem acompanhado o processo brasileiro de combate à corrupção. Durante uma passagem recente pelo Brasil, ela deu entrevista à "Folha de S.Paulo! e disse que o escândalo de corrupção na Petrobras é resultado de "uma infeliz 'tempestade perfeita' entre dois grandes incentivos para pagamentos ilícitos –grandes contratos, exclusivos, prometendo enormes lucros, e a necessidade de recursos para facilitar atividades políticas, tanto eleitorais quanto a aprovação de leis no Congresso."
No artigo, os dois estudiosos defendem que é preciso aprovar reformas para acelerar e dar mais força a esta luta contra a corrupção.
"O próximo, e mais difícil, passo seria uma reforma estrutural do sistema político brasileiro", defendem.
"Controlar a corrupção no Brasil é possível, mas o sistema requer novas regras para fazer com que políticos sejam responsabilizados e os incentivos a pagamentos corruptos sejam reduzidos."
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