Em carta, políticos e acadêmicos britânicos criticam 'perseguição' a Lula
Em uma carta aberta publicada pelo jornal britânico "The Guardian", um grupo de mais de 20 políticos, intelectuais e ativistas britânicos declararam solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criticaram o que chamam de "julgamento midiático" do líder do PT.
"Após a derrubada antidemocrática de Dilma Rousseff como presidente do Brasil por um processo ilegítimo, em que 62 senadores invalidaram os votos de 54 milhões de pessoas, houve uma campanha de difamação sem precedentes contra o ex-presidente Lula", diz a carta.
"Este 'julgamento midiático' é uma tentativa de evitar que Lula participe do processo político", continua.
Segundo a carta, Lula mantém alta popularidade no país, e é um possível candidato nas próximas eleições presidenciais, o que geraria perseguição a ele.
"Investigadores foram incapazes de achar nenhuma atividade ilegal cometida por ele. Apesar disso, eles o fizeram passar por várias restrições arbitrárias e detenções, levando a uma investigação na ONU sobre possíveis infrações a seus direitos", continua a carta.
Desde o início do processo de impeachment de Dilma, a sessão de cartas do "Guardian" se tornou um importante ponto de divulgação de manifestos públicos de britânicos contra a mudança de governo no Brasil.
Em abril do ano passado, um grupo de 19 pensadores e artistas com atuação fora do país escreveu no jornal que o processo para retirar Dilma da Presidência não era democrático. "Estamos extremamente preocupados com os contínuos esforços de partes da direita do Brasil para desestabilizar –- e por fim retirar do poder-– o governo eleito e constitucional", dizia o texto, acusando o processo de ser um golpe de Estado.
Em maio, um grupo de 20 parlamentares britânicos condenou o impeachment em uma outra carta no jornal. Segundo os políticos, o processo era um insulto à democracia do país. "Condenamos a suspensão da presidente Dilma Rousseff no Brasil. É errado que alguns parlamentares pisoteiem a vontade política expressada nas urnas por 54 milhões de brasileiros", dizia.
O espaço serviu também para que o governo de Michel Temer respondesse às acusações de golpismo. Um dia após as críticas, o embaixador brasileiro em Londres, Eduardo dos Santos, publicou uma carta no mesmo jornal reagindo à acusação de parlamentares britânicos. Segundo o embaixador, a democracia brasileira "está viva e bem".
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