Prestes a completar 1 ano, desastre de Mariana volta a ter destaque mundial
A água do rio que passa pelo sudeste de Minas Gerais continua vermelha, relata o jornal britânico "The Guardian", sobre a contaminação iniciada em novembro de 2015.
Quase um ano depois do maior desastre ambiental do Brasil, quando o rompimento de uma barragem da empresa Samarco em Mariana (MG) jogou toneladas de lama tóxica na natureza e matou 19 pessoas, alguns dos principais veículos da imprensa internacional começaram a avaliar os impactos de longo prazo da tragédia.
"A limpeza [da região] pode demorar mais de uma década, e está afundada em controvérsias. Críticos dizem que a Samarco quer apenas cobrir a sujeira e reabrir a mina", diz o jornal britânico.
Em visita à região, a reportagem internacional conversou com moradores locais, que falam sobre a reconstrução da vida, as dificuldades econômicas e a luta por compensação pelo desastre.
O tema é destaque antecipado também no "Telegraph", outro jornal inglês.
"Um ano depois, os destroços de casas parecem marcas mergulhadas na lama do que foi a cidade de Paracatu de Baixo. Árvores em todas as direções são marcadas em marrom até a altura que a lama atingiu", diz.
O jornal relata que apesar da destruição deixada, a população local precisa da retomada da atividade mineira para poder reavivar a economia da região.
"Apesar de toda a angústia causada pela Samarco, em Mariana muita gente está desesperada para que a mina volte a funcionar", diz.
O desastre em Minas Gerais foi um dos assuntos relacionados ao Brasil com maior evidência no resto do mundo no ano passado. Ele se juntou a reportagens sobre turbulências políticas e econômicas em um ano de más notícias sobre o país, que parecia afundar no lamaçal, como retratou uma capa da revista "The Economist".
Logo no início de novembro, dias após o desastre, já era possível encontrar mais de mil menções ao caso em outros idiomas, além do português.
Desde a primeira semana, quando os relatos sobre o caso no resto do mundo ainda eram confusos e buscavam explicar o ocorrido, a cobertura internacional evoluiu a análises detalhadas dos impactos ambientais, sociais, políticos e econômicos do rompimento.
Um dos focos da análise estrangeira sobre o caso era a busca por responsáveis pelo desastre. "Negligência e erro humano são as prováveis causas do rompimento de duas barragens no Brasil", dizia uma das primeiras reportagens sobre o caso.
O "Guardian" foi um dos jornais estrangeiros a dar maior atenção ao caso desde a primeira semana. Além do noticiário, o jornal buscou avaliar explicações detalhadas para o que aconteceu, e criticar o fato de que havia "indícios de que a catástrofe poderia ter sido evitada, e que resultou de regulamentações de segurança insuficientes na indústria de mineração brasileira. Promotores já alegaram negligência", dizia.
O jornal inglês também criticou a resposta brasileira à catástrofe, e disse que a reação do governo foi "caótica". Em novembro, ele colocou o rompimento entre uma das notícias mais importantes do planeta. Segundo o jornal, a tragédia ocorrida em Mariana foi um dos cinco piores escândalos empresariais de 2015, ao lado das denúncias de manipulação de testes de emissão de gases da Volkswagen (que foi chamada de "vilão do ano").
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