Gray Newman: Dilma não é a única culpada pela crise econômica no Brasil
A ex-presidente Dilma Rousseff não é a única culpada pela crise econômica que se consolida como pior recessão da história do país, segundo o economista Gray Newman.
Em um artigo publicado na edição especial da revista americana "Americas Quarterly" sobre o Brasil, Newman diz que a ex-presidente até pode ter ajudado nos problemas econômicos, mas que achar que só ela é responsável pode atrapalhar na recuperação do país (o texto foi publicado também em português).
"A crise permanece sendo um dos capítulos mais mal compreendidos na história econômica recente do Brasil. E a incapacidade de entender o que realmente aconteceu, e por que, representa um risco significativo para as perspectivas de recuperação do país", diz.
Newman foi economista-chefe para a América Latina no banco Morgan Stanley e é professor da Universidade Columbia, nos EUA.
Para ele, o diagnóstico mais comum no país, de achar que a política econômica de Dilma causou os problemas do Brasil, é simplista e tem erros.
"Acredito que a política industrial de Dilma, e sua má gestão das contas fiscais, não foram as causas da situação desastrosa atual do Brasil. As políticas de Dilma, na verdade, foram respostas falidas a desafios muito mais graves enfrentados pelo país —que começaram se formar muitos anos antes da posse de Rousseff", explica.
Newman defende, por outro lado, que o país tem problemas estruturais, que já marcavam a economia do país mesmo nos períodos de crescimento e euforia.
"O maior obstáculo para o crescimento do Brasil tem muitas faces, mas pode ser resumido em uma única palavra: produtividade. (…) Eu tendo a ver isso como um desafio de três pontas, envolvendo o capital humano, o capital físico e o ambiente regulatório."
Para ele, até que o Brasil trabalhe para melhorar a produtividade, o país pode ficar preso a repetitivos ciclos de altos e baixos, mesmo que troque de presidente e de política econômica.
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