Imprensa estrangeira lembra intervencionismo de Mantega ao noticiar prisão
A prisão, ainda que breve, do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega levou a imprensa internacional a noticiar o desenrolar da Operação Lava Jato e destacar o papel do ex-ministro na grande oscilação da economia nacional ao longo da última década.
O nome de Mantega ficou fortemente associado no resto do mundo à crise econômica que afeta o Brasil nos últimos anos. Apesar de ele ter estado presente na "ascensão e queda da maior economia do continente entre 2006 e 2014", como destacou o "Financial Times", seu trabalho acabou sendo mais lembrado pela crise, segundo a imprensa internacional.
"Até 2011, a economia brasileira foi abastecida pelo boom de commodities baseado em exportações para a China, bem como o aumento do crédito para consumidores e empresas. Mas a partir de 2012, o país entrou em recessão por causa do que os críticos de Mantega acreditam que tenham sido as políticas intervencionistas dele e de Dilma", diz o jornal de economia.
A crítica internacional a Mantega e à política intervencionista do governo foi tão forte, que se tornou referência para o início da crise no país.
Em meados de 2014, seu nome substituiu a imagem de estabilidade da economia brasileira no resto do mundo, que antes era associada especialmente ao trabalho do atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central nos anos de crescimento da economia brasileira.
Ao escrever uma atualização sobre a imagem do Brasil em meio à crise, para a segunda edição do livro "Brazil, um País do Presente", o nome do ex-ministro foi abordado ao tratar da "depressão" que substituiu a euforia dos estrangeiros com o país. O trecho diz:
"Um último ponto que precisa ser destacado em relação à mudança na imagem da economia brasileira é a enorme mudança nos símbolos da economia brasileira: a derrocada de Eike Batista e a rejeição a Guido Mantega. No livro publicado no início de 2013, há um longo trecho em que Eike e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles são apresentados como os "faces do sucesso econômico" do Brasil. O primeiro representava o mercado agitado e promissor e o segundo simbolizava a estabilidade. Em um curto espaço de tempo, tudo mudou nessa área. Por um lado, uma crise nas empresas de Eike Batista fizeram com que ele perdesse toda a fortuna que fazia dele um dos homens mais ricos do mundo, se tornando um símbolo de fracasso no mercado, o que afetou indiretamente a imagem do Brasil. Por outro lado, Meirelles deixou o BC e o rosto da política econômica brasileira no mundo se tornou o Ministro da Fazenda Guido Mantega, que passou a simbolizar a mediocridade do crescimento econômico do país e até mesmo risco à estabilidade. A rejeição a Mantega é tão grande que a revista "Economist" chegou a pedir sua demissão."
Interessante notar que o trecho trata ainda de outro nome presente no noticiário recente, o de Eike Batista, responsável pela delação que levou Mantega a ser detido.
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