Lula vira réu em julgamento politicamente carregado, diz mídia estrangeira
A decisão da Justiça de aceitar a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou uma das principais notícias sobre o Brasil no resto do mundo nesta semana. Com grande destaque nos principais veículos da imprensa estrangeira, a notícia foi analisada como sendo "o julgamento mais politicamente carregado da história moderna do Brasil", como descreveu o jornal britânico "The Guardian".
"A decisão de levar o julgamento adiante vem em meio a um período de intenso tumulto político e econômico, que foi exacerbado pelas investigações da Lava Jato e por uma conspiração para dar fim a 13 anos de governo do PT", explica o jornal. Segundo a reportagem, "o palco está montado".
O "Guardian" avalia ainda que o governo Temer também está implicado em escândalos de corrupção e tem enfrentado uma série de protestos. "O julgamento de Lula pode aumentar a temperatura ainda mais", diz.
O "Financial Times" noticiou o fato de Lula ter se tornado réu e destacou que ele continua sendo bem avaliado por muitos brasileiros, mesmo com todas as acusações.
"Apesar das acusações contra o carismático ex-metalúrgico e sindicalista, uma pesquisa do Datafolha mostrou, em julho, que ele ainda seria o candidato mais popular nas próximas eleições presidenciais, em 2018"
A revista de economia "Forbes" ressaltou que a notícia sobre o julgamento de Lula seria inimaginável dez anos atrás. "Mas este é o Brasil de 2016", diz.
Segundo a publicação, apesar de Lula exagerar ao se dizer a alma mais honesta do Brasil, ele "pode ter razão ao dizer que o processo judicial é politicamente motivado. "Hoje em dia no Brasil há pouco que não seja politicamente motivado", diz.
A motivação política tem destaque também em reportagem do francês "Le Figaro". "Vários observadores denunciaram a falta de fundamentos para as acusações contra Lula e a natureza política do processo", diz.
O "New York Times" diz que a decisão de tornar Lula réu ocorreu "em meio a um debate nacional sobre a possibilidade de os promotores estarem exagerando em seus esforços para envolvê-lo" nos escândalos de corrupção.
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