Timothy Power: Impeachment seguiu regras, mas seu mecanismo tem defeitos
O processo de impeachment que cassou o mandato da presidente Dilma Rousseff seguiu as regras previstas na Constituição brasileira, segundo o diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Timothy Power. Essas regras, entretanto, têm "graves defeitos", disse Power em entrevista ao jornal "Valor Econômico".
"Eu não conheço outro Estado, outro sistema político no mundo, onde tanto controle fica nas mãos de uma pessoa. O 'gate keeper' do impeachment não é o Congresso, é o presidente de uma das Casas do Congresso. E claramente houve um conflito pessoal entre ele [Eduardo Cunha] e alguns elementos do partido da presidente e ele resolveu abandonar a coalizão", disse.
Ele criticou ainda o fato de o Congresso, e não o Supremo Tribunal Federal, avaliar a validade jurídica do conteúdo do pedido de impeachment. E apontou problemas no processo de afastamento do presidente antes do fim do processo de impeachment.
"O afastamento tem um ar de irreversibilidade no Brasil. A ideia de que se poderia destituir o interino e colocar a presidente de novo era uma ideia falsa".
O pesquisador participou junto com acadêmicos do Brasil e do exterior do 10º Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política, em Belo Horizonte.
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