Juliana Barbassa: Dilma se tornou o para-raios das frustrações do Brasil
O impeachment de Dilma Rousseff cria um vácuo de poder na democracia brasileira, que enfrenta um dos mais duros desafios desde que emergiu da ditadura militar mais de 30 anos atrás, diz análise da jornalista e escritora Juliana Barbassa em artigo publicado no jornal norte-americano "The New York Times".
Apesar do enfraquecimento do PT, ela explica, nenhum outro grupo político tem credibilidade para unir um eleitorado raivoso e dividido.
"O país está cansado de escândalos e maquinações políticas que passam como uma novela no telejornal noturno. Dilma Rousseff se foi, mas sua saída estranhamente muda sugere que poucos brasileiros esperam que as coisas melhorem rapidamente", diz.
Nascida no Brasil, Barbassa passou mais de 30 anos fora do país, trabalhou como correspondente internacional no Rio e é autora do livro "Dancing with the Devil in the City of God" (que poderia ser interpretado como algo na linha de "brincando com o perigo na cidade de Deus"). Lançada no ano passado, a obra retrata de um Brasil complicado, cheio de problemas, com uma complexidade que vai além dos clichês mais populares no resto do mundo.
Para ela, o impeachment marcou o fim de um período em que os brasileiros passaram a ter mais esperança no país, melhorando sua autoestima. "Enquanto Lula foi um símbolo das esperanças da nação, Dilma se tornou um para-raios para suas frustrações", diz.
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