Brasil perdeu a tolerância com a corrupção, diz estudo de geopolítica
No meio do noticiário negativo sobre os problemas nas crises brasileiras, há análises e estudos que indicam coisas boas para o país. Um desses trabalhos mais recentes, publicado pela agência de inteligência geopolítica norte-americana Stratfor, indica que os graves entraves políticos enfrentados pelo país representam uma ruptura com um traço nacional que fazia mal ao país. O Brasil perdeu a paciência e deixou de ser tolerante com a corrupção, explica.
"Nos últimos dois anos, a tolerância dos cidadãos brasileiros e do sistema judiciário com a corrupção diminuiu drasticamente", diz o texto.
A avaliação vai além de comentários partidários sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff ou o governo interino de Michel Temer. Segundo a Stratfor, a rejeição à corrupção afeta todo o sistema e deixa o Brasil sem uma perspectiva imediata para solucionar seus problemas – o que pode ser positivo, já que afasta da política elementos envolvidos em escândalos.
"Algumas décadas atrás, os brasileiros poderiam perdoar seus políticos por seus delitos, mas os dias 'rouba mas faz', de tolerância com a corrupção, parecem coisa do passado", explica.
A Stratfor é um think tank que produz regularmente trabalhos de análise sobre a situação brasileira, e vem acompanhando a crise desde a eleição de 2014.
Segundo o estudo mais recente, a delação premiada de pessoas envolvidas em corrupção tem exposto os desvios éticos da política brasileira, e tem o potencial de influenciar de forma de forma significativa a política brasileira nos próximos meses.
A análise mostra que havia corrupção nos governo recentes do país, mas explica que as denúncias mais recentes colocam em xeque o governo interino, e dão chances de mais ampla defesa à presidente afastada.
"O tamanho da crise de corrupção no Brasil pode tornar a ideia de eleições antecipadas uma opção atraente para ajudar o país a ir além do escândalo que está travando o governo".
Para a Stratfor, as acusações contra Temer jogam um elemento extra de incerteza na crise política brasileira.
"No mínimo, Temer vai ter que se defender das acusações de corrupção – o que pode se tornar um risco real para sua Presidência. Quando ele chegou no poder, pouco mais de um mês atrás, Temer era visto como alguém que poderia guiar o Brasil dos destroços do escândalo da Petrobras. Em vez disso, a investigação envolveu ele", diz.
"A investigação de corrupção na Petrobras mostrou uma resiliência impressionante. De Temer e Lula aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, todo líder em potencial está sendo engolido pelas suspeitas de corrupção, e o Brasil está ficando sem substitutos viáveis para Dilma."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.