'Washington Post': Brasil pode ter trocado um governo podre por outro igual
A série de denúncias de corrupção envolvendo o governo do presidente interino, Michel Temer, levou o jornal norte-americano "The Washington Post" a considerar a possibilidade de o impeachment ter feito o Brasil trocar um governo estragado por outro tão podre quanto.
O jornal analisa a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que disse ter repassado propina a mais de 20 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, DEM, PSDB, PC do B e PP. A denúncia envolve grande parte do governo atual, o que cria problemas para o sistema político do país.
"Se for verdadeiro, o testemunho significa que o partido agora governando o Brasil pode ser tão manchado quanto o que ele substituiu pouco mais de um mês atrás", diz o jornal.
"Agora o homem que sucedeu Dilma, Michel Temer, foi arrastado para o escândalo, junto com as figuras mais poderosas do centrista PMDB", explica o "Washington Post".
A avaliação do jornal ecoa o tom do tratamento que a imprensa internacional tem dado à crise política brasileira. Em vez de tratar o impeachment como correto ou como golpe, as publicações mais sérias têm analisado o quanto todo o sistema político brasileiro parece disfuncional. Do jeito que ele é, não há como funcionar, avaliam – indo muito além de uma simples disputa entre o governo afastado e o interino.
"Muitas das pessoas que se juntaram em protestos nas ruas brasileiras pedindo a saída de Dilma viam em Temer a opção menos ruim. E daí que seu partido também é acusado de corrupção? A presidente anterior teria ido embora e ele poderia introduzir medidas importantes para corrigir a economia quebrada do Brasil e reduzir os gastos públicos. Agora, com a divulgação da lista completa da delação de Machado, eles estão se perguntando se fizeram a escolha certa", diz o jornal.
Segundo o "Washington Post", Temer enfrenta um "dilúvio" de acusações, e o país parece sem saída. O jornal cita declarações da presidente afastada defendendo a realização de um plebiscito convocando novas eleições. "Na situação atual, esta pode ser a única saída", diz.
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