David Rothkopf: Brasil não precisa de uma política de volta ao passado
As mudanças propostas pelo novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, para a diplomacia brasileira não são positivas para o país, segundo a avaliação de David Rothkopf editor da revista de relações internacionais "Foreign Policy".
Em entrevista ao escritório brasileiro da rede britânica BBC, Rothkopf avaliou o discurso em que Serra prometeu uma diplomacia apartidária, rompendo com os governos do PT. Segundo ele, Lula fez mais pelas relações internacionais do Brasil de que qualquer outro presidente, e o Brasil não precisa de uma política de volta ao passado.
"Se Serra acha que reformar a política externa é desfazer o que o Lula fez, ele não está agindo em nome dos interesses do Brasil. A política externa tem que ser guiada pelo interesses de longo prazo", disse.
Leia abaixo alguns trechos da entrevista
"Sobre as críticas às políticas do governo de esquerda, a questão é: qual governo? Lula, no auge de sua popularidade, fez mais para aumentar o peso do Brasil no cenário mundial do que qualquer presidente do Brasil, seja por abrir embaixadas e consulados pelo mundo, seu papel de liderança, Celso Amorim e o Itamaraty envolvidos nos assuntos mais importantes e dizendo 'o Brasil é um dos países mais importantes do mundo e temos que ser tratados desta forma'. Aderir à ideia dos Brics foi outro componente disso, a diplomacia Sul-Sul, e também o fato de que as coisas estavam funcionando no Brasil."
"Mas se o Brasil voltar às políticas pré-Lula, que eram essencialmente 'vamos ter políticas de comércio com algumas partes do mundo, não vamos causar problemas, vamos adotar um tom cético-reflexivo em relação aos EUA, etc.', isso não seria bom."
"Acho que o Brasil mudou muito nos anos do governo do PT e o mundo mudou muito, e não acho que o Brasil precisa de uma política de volta ao passado, acho que o Brasil precisa de uma política orientada para o futuro."
"Eu acho que em um país de 200 milhões de pessoas, uma das sete maiores economias do mundo, com a quinta maior população e área, merece estar na discussão política também."
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