'Carta Capital': Imagem do Brasil na mídia estrangeira, uma velha obsessão
A revista "Carta Capital" publicou em seu site uma longa reportagem sobre a obsessão brasileira pela imagem internacional do país. Em meio a um forte debate sobre a narrativa que vai se desenvolver a respeito do processo de impeachment de Dilma Rousseff, é um tema que tem ganho muito espaço na mídia nacional, e que ganha muita repercussão nas redes sociais.
"Preocupar-se com a imagem do Brasil construída no exterior é uma velha obsessão do brasileiro, da qual a celeuma em torno da profusão de reportagens e editoriais estrangeiros sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff é só mais um capítulo.
Uma breve busca pelo termo "repercute na mídia internacional" no Google mostra a dimensão do interesse. Só na última semana, havia cerca de 23 mil menções em jornais e sites brasileiros sobre o que se diz sobre o Brasil lá fora.
Em meio à polarização, reportagens e artigos de opinião publicados em veículos como The New York Times, The Guardian, El País e Le Monde sobre a crise política atual são utilizados como forma de chancelar as próprias opiniões.
A relevância da estratégia fica clara ao se observar a política. Desde o agravamento da crise, Dilma passou a oferecer com mais frequência sua versão da história à imprensa estrangeira, por meio de entrevistas para os correspondentes internacionais. Como resposta, o vice-presidente Michel Temer deixou as sombras para também conversar com veículos estrangeiros e negar as acusações de conspiração."
Leia também: A importância da imagem do Brasil que repercute na imprensa internacional
O autor deste blog Brasilianismo foi um dos ouvidos pela reportagem da revista, que falou ainda com Ciro Dias Reis, presidente da agência Imagem Corporativa, que desde 2009 produz um boletim trimestral sobre as impressões colhidas na mídia estrangeira sobre o que se passa em terras tupiniquins.
"É claro que a imprensa internacional tem que ser um pouco mais didática e objetiva", avalia Dias. "É natural que a abordagem seja menos focada em detalhes e mais na essência do que está acontecendo", afirma Reis. Para ele, há um "bom grau de realismo" na narrativa descrita por veículos estrangeiros sobre a crise.
Outra entrevistada foi a Doutoranda em Jornalismo na Universidade de Austin, no Texas, Rachel Mourão, que destacou a diferença de cobertura realizada por correspondentes e repórteres trabalhando para veículos nacionais, e Silvio Waisbord, editor-chefe do The Journal of Communication, que disse que a cobertura estrangeira tem sido regular e, de certa forma, imparcial.
Para o diretor da Faculdade de Comunicação da UnB, Fernando Oliveira Paulino, a cobertura do impeachment em veículos estrangeiros pode ser caracterizada, por um lado, pela tentativa permanente de compreender o que está acontecendo no País, "o que não é uma tarefa fácil".
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