Matthew Taylor: Políticos podem ser execrados, mas impeachment é legítimo
O processo institucional para retirar Dilma Rousseff da Presidência é legítimo, mas isso não quer dizer que os atores políticos que participaram dele, os deputados que votaram pelo impeachment, tenham autoridade para isso.
A avaliação é de Matthew M. Taylor, professor da American University, em Washington, DC. e autor de vários estudos internacionais sobre democracia e corrupção no Brasil, como "Corruption and Democracy in Brazil: The Struggle for Accountability" (Corrupção e democracia no Brasil: a luta por fiscalização), e "Judging Policy: Courts and Policy Reform in Democratic Brazil" (Julgando política: Tribunais e reforma política no Brasil democrático).
Para ele, o impeachment gera um dos maiores estresses na democracia do Brasil em sua história, mas não é um golpe.
"Precisamos separar o processo institucional dos atores políticos. O processo tem legitimidade, mesmo que muitos dos atores, não. Mesmo Cunha, com todos os seus problemas, seguiu as regras institucionais. Os políticos podem ser execrados, mas o processo foi correto", disse.
"Por mais que as pessoas possam reclamar de políticos como Temer e Cunha, não houve quebra institucional, o que é bom para a democracia do país. Mesmo assim, sabendo que não há anjos nas instituições, o fato é que elas funcionam razoavelmente bem em resolver os conflitos da sociedade. Há espaço para descontentamento com os atores dentro das instituições, mas as instituições estão funcionando."
Para ele, o processo mostra força dessas instituições. "Tudo correu dentro da normalidade."
Taylor concedeu entrevista ao autor deste blog Brasilianismo na noite de domingo, como parte da apuração para a reportagem sobre a opinião dos brasilianistas sobre o impeachment, para a "Folha de S.Paulo".
Leia também: 'Folha': Para brasilianistas, impeachment gera estresse para a democracia
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