Deu na BBC: Olimpíada é ameaça maior à imagem do Brasil do que a crise
Em entrevista ao site brasileiro da rede britânica BBC, o consultor britânico Simon Anholt disse que a Olimpíada do Rio é uma ameaça maior à reputação do Brasil no exterior do que as crises política e econômica pelas quais o país está passando. O problema, segundo ele, é que grandes eventos internacionais, como a Copa e a Olimpíada, fazem o mundo ver uma abudância de notícias sobre a realidade do país sede, o que pode frustrar as expectativas dos estrangeiros.
Segundo Anholt, até a Copa de 2014 o mundo pensava que o Brasil era moderno e desenvolvido. "Vieram horas e horas de transmissão e cobertura da mídia sobre problemas sociais, protestos, crimes. O público se deu conta que era um país em desenvolvimento, e corrigiram aquela visão irrealista, foi um passo atrás. Acho que a Olimpíada será mais um pequeno passo para trás (na imagem do país no exterior)", disse, em entrevista à BBC.
Anholt é a principal referência em estudos de imagem internacional e "marca país", criador do ranking Nation Brands Index (em que o Brasil aparace com a 20ª melhor "marca"), e avalia com frequência a reputação que o Brasil tem no mundo. Em várias entrevistas ao autor deste blog Brasilianismo, ele já falava sobre os riscos de grandes eventos, e em 2009 ele já previa que os eventos poderiam ser ruins para a "marca Brasil".
Na entrevista publicada pela BBC, Anholt reiterou o que havia dito ao blog Brasilianismo alguns meses atrás, que o acúmulo de notícias negativas de política e economia não afetaria a reputação do Brasil.
"Na média, globalmente, o impacto (da atual crise na imagem do país) é zero. Primeiramente, o fato de estar em recessão é algo que a maioria das pessoas na maior parte dos países não sabe a respeito e não se importa, porque não o afeta. De qualquer forma, recessão não é vista como responsabilidade de um país, mas como uma espécie de vírus que você pega, e não um ato deliberado de estupidez ou incompetência do governo", disse.
Anholt também voltou a abordar o estereótipo de que o Brasil é um país "decorativo", não levado muito a sério no resto do mundo. "Os EUA promoveram essa ideia do Brasil como destino turístico, paraíso. Desde aquele filme com Fred Astaire, Flying Down to Rio (1933). Todos pensam no Brasil como um país basicamente decorativo, mas inútil. Um típico país latino: muito bonito, homens e mulheres bonitos, clima maravilhoso. Ninguém trabalha, a economia é corrupta, pobre e desigual, mas é divertido, tem futebol, carnaval e samba. O caos e a corrupção: a imagem clássica do país latino".
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