Turistas argentinos criam 'índice canga' para navegar na economia do Brasil
Turistas argentinos criam 'índice-canga' para navegar na economia brasileira
Mais de meio milhão de argentinos invadiram o Brasil nas últimas semanas durante as férias de verão. A combinação entre crise financeira e desvalorização do real tornou mais barato e atraente para os vizinhos viajarem às praias do país, o que fez com que notícias sobre turismo no Brasil se tornassem algumas das mais populares nos jornais da Argentina.
A empolgação dos argentinos com o Brasil é tão grande que eles criaram o "índice canga", uma referência monetária que serve para eles saberem se algo está mais caro ou mais barato de que comprar na Argentina.
"O 'índice canga' é hoje a grande referência para os argentinos que recém-desembarcaram no Brasil e se perdem com o câmbio, entre passar os pesos para dólares e os dólares para reais e depois pagar em reais, voltar a calcular em dólares e passar a pesos", diz uma reportagem do jornal "La Nación". A ideia é usar o preço da canga no Brasil e na Argentina como uma referência para saber se algo está caro ou barato no país.
Apesar de toda a complicação, a ideia em geral é de que está barato viajar pelo Brasil, fazer bons passeios e comer bem nas praias do país.
Para os turistas que querem fugir de estresse com o câmbio, o mesmo "La Nación" publicou uma outra reportagem mostrando que os argentinos estão empolgados com a possibilidade de ir a hotéis com sistema "all inclusive", que pagam em suaves prestações.
Segundo a publicação, a venda de pacotes deste tipo para argentinos cresceu 66% neste ano. "Pelo mesmo preço que no ano passado uma turista passou as férias na costa argentina", diz, agora pode ficar tranquilamente em um hotel com tudo incluído no Nordeste do Brasil.
Desde dezembro os jornais argentinos já dizem que, com real mais barato, argentinos planejavam fazer a festa no Brasil. "A desvalorização do real converteu o custo de vida cotidiana em muito proveitoso para os argentinos", dizia reportagem do "Clarín". "Com US$ 200 dá para fazer a festa", complementa.
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