Rompimento de barragem é listado entre maiores desastres globais de 2015
Dois meses depois do rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, em Minas Gerais, a imprensa internacional tem tratado o caso como um dos maiores desastres do ano. Além do impacto ambiental e da perda humana, o rompimento tem sido abordado como um dos maiores escândalos corporativos do ano, um exemplo de como empresas não devem agir em meio a tragédias.
Desde o início da cobertura estrangeira, o mundo todo tem recebido notícias quase diárias sobre o desastre ocorrido em MG. O tom em geral costuma ser focado no enorme desastre ambiental causado pelo rompimento, bem como a busca de responsabilidades pelo incidente e o seu impacto econômico.
A tragédia ocorrida em Mariana foi listada pelo jornal britânico "The Guardian" como um dos cinco piores escândalos empresariais de 2015, ao lado das denúncias de manipulação de testes de emissão de gases da Volkswagen (que foi chamada de "vilão do ano").
"A barragem pertencia à Samarco, uma empresa das gigantes da mineração Vale e BHP Billiton. As três empresas, juntamente do governo brasileiro, foram criticadas pela ONU pela resposta 'insuficiente' à crise", diz o jornal.
Segundo uma reportagem em tom semelhante da agência internacional de notícias Reuters, o problema não é só o desastre em si, mas a lenta resposta pública das empresas envolvidas, especialmente a Vale, que geram irritação na sociedade.
"Em vez de atuarem de forma proativa e assumirem a responsabilidade, eles enfiaram a cabeça na areia", diz a reportagem, citando um ex-funcionário da Vale.
Para o diretor do Centro para Análise de Risco e Regulamentação da London School Of Economics, Martin Lodge, a resposta ao rompimento da barragem mostra que há problemas no regime regulatório do Brasil, que vê as empresas que são donas da Samarco como responsáveis pela tragédia, mas assume que o órgão regulador é fraco.
"O desastre dá destaque a muitas das questões altamente problemáticas que afetam a regulamentação da mineração de de barragens", diz, em um artigo publicado no LSE Business Review.
Lodge indica a natureza problemática de um regime regulatório que responsabiliza as empresas donas da barragem e aponta a incapacidade de atuação dos reguladores. "Enquanto é fácil culpar 'a ação irresponsável de uma empresa' (como a presidente Dilma Rousseff fez em novembro), as questões relacionadas à regulamentação de barragens vão muito além", diz.
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