Brasil é o 8º maior risco global de 2016, segundo consultoria Eurasia
A consultoria Eurasia Group incluiu o Brasil entre os dez maiores riscos globais em 2016. A motivação foi a crise política e econômica, com uma sombra permanente de impeachment e perdas de grau de investimento do país. O Brasil está na oitava posição no ranking dos elementos de maior risco para o mundo no ano da Eurasia.
"O Brasil está vivendo uma recessão profunda e de muitos anos, e a presidente Dilma Rousseff está lutando por sua sobrevivência política enquanto enfrenta um pedido de impeachment no Congresso", diz. Segundo a Eurasia, o informe "Top Risks" do ano tenta "identificar as tendências políticas e geopolíticas mais desafiadoras e pontos de estresse para investidores globais e participantes do mercado em 2016".
Para a consultoria, as apostas de que haja uma solução não devem ser vistas com otimismo. "A batalha sobre o impeachment de Rousseff não deve colocar fim ao impasse político atual".
"Se ela sobreviver, seu governo não ganhará a força política necessária para fazer avançar as reformas econômicas que o País precisa para lidar com seu déficit fiscal cada vez maior", indicou. "Se Rousseff cair, o governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer não fará muito melhor".
Para a Eurasia, o destino de Dilma pode ser definido ainda mais rápido se "seu mentor e ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sentir a pressão das investigações e se virar contra a agenda de reforma de Rousseff". Na avaliação do grupo, se Dilma continuar no poder, ela será "uma presidente cada vez mais cativa de elementos radicais de seu partido", em conflito com o Congresso e que podem levar a uma "paralisia política".
A lista dos maiores riscos para este ano é liderada pela fragilidade da aliança entre EUA e União Europeia. Em segundo lugar no ranking está o risco de que a Europa feche suas fronteiras diante do fluxo de refugiados e a ameaça terrorista. O impacto da desaceleração na China vem na terceira posição, seguido pela ameaça terrorista do Estado Islâmico. A quinta posição no ranking é da Arábia Saudita, diante de sinais de desestabilização interna. No sexto lugar, a consultoria aponta para o surgimento de magnatas do setor da tecnologia como atores políticos, capazes de influenciar decisões internacionais. A sétima posição entre os maiores riscos de 2016 é a do fortalecimento de "líderes imprevisíveis", como Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan.
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