'Sem redenção', Brasil volta a ser capa da 'Economist' com enfoque negativo
Depois de o país decolar e perder o rumo, representado pelo Cristo Redentor, na capa da revista "The Economist", agora a crise deixou o Brasil "sem salvação", segundo reportagem na primeira edição de 2016 da publicação. A presidente Dilma Rousseff é quem estampa a capa da revista, que fala sobre "a queda do Brasil".
Nos últimos anos, a revista tem sido forte crítica da política econômica do governo Dilma. Este blog Brasilianismo já tratou das abordagens da "Economist" em relação ao Brasil em outras ocasiões. A publicação é uma das mais influentes do mundo, e costuma servir de referência para discussões a respeito da economia internacional, mas a cobertura dela respeito do Brasil tem a tendência histórica de alternar momentos de expectativa com críticas sempre que o modelo da política econômica do governo se aproxima ou se afasta dos ideais "pró-mercado", segundo a pesquisa de doutorado da socióloga Camila Maria Risso Sales. Se o Brasil decolava quando a economia se mostrava bem, agora em crise ele parece não ter salvação.
O texto abaixo reúne trechos de uma análise do site brasileiro da rede britânica BBC, que trata da forma como a revista vê o Brasil de hoje
"Dilma Rousseff e o desastroso ano que vem pela frente", diz a nova edição da revista britânica "The Economist".
Repleto de críticas, o texto destaca o risco de impeachment, a redução da nota de crédito do país por duas agências de classificação de risco e a demissão de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda após menos de um ano à frente da pasta.
A revista também classifica a corrupção na Petrobras como um "escândalo gigante de propinas" e ironiza as previsões de crescimento negativo da economia do país em 2016 ("até a Rússia, cheia de sanções e dependente do petróleo, deve fazer melhor").
"Apenas decisões difíceis podem trazer o Brasil de volta a seu caminho", continua a 'Economist', defendendo reformas na Previdência e na legislação trabalhista que "torna muito caro para as empresas demitirem até os empregados incompetentes".
Na visão da Economist, no entanto, reformas do tipo dificilmente devem ser colocadas em prática. "Neste momento, Dilma Rousseff não parece ter estômago para elas."
A reportagem, com data de 2 de janeiro de 2016, afirma que as políticas de Dilma e do PT teriam aprofundado os efeitos econômicos da queda global nos preços das commodities. A publicação diz que o ajuste fiscal "não tem sido suficiente" e aponta "gastos extravagantes e imprudentes com aposentadorias e reduções de impostos improdutivas para indústrias favorecidas".
A 'Economist', no entanto, parece ter algum otimismo com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Embora diga que Barbosa "participou do primeiro governo desastroso da presidente", a publicação afirma que ele pode atuar melhor no comando das finanças. "(Ele) tem poder de barganha e suporte político no PT."
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