Brasil afundou de forma previsível por causa de erros políticos, diz 'WSJ'
A dura recessão econômica por que o Brasil passa é fruto de uma política industrial equivocada, incapaz de produzir crescimento e prosperidade, segundo uma reportagem publicada no jornal norte-americano de economia "The Wall Street Journal".
Para a publicação de forte tendência liberal, defensora de uma economia sem intervenção estatal, a imprensa internacional erra ao dizer que a crise brasileira é responsabilidade da queda nos preços de petróleo e na demanda por commodities. Uma evidência do equívoco seria o fato de que outros países latino-americanos que também dependem de commodities, como Chile e Peru, sobreviveram à mudança no cenário internacional.
"As feridas do Brasil são auto-infligidas por uma política anti-crescimento iniciada em 2008. Os resultados eram previsíveis", defende.
De forma crítica, o jornal responsabiliza apenas o governo do PT sob Lula e Dilma pelos problemas atuais do país. Para o "WSJ", os gastos do governo para estimular a economia a partir de 2008 representaram uma quebra nas regras estabelecidas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e uma perda do controle do "mau comportamento" da economia. Assim, o país deixou de ganhar produtividade e acabou caminhando rumo ao abismo.
"A bolha de crédito estourou. Consumidores, empresários e o governo não vão voltar ao equilíbrio sem um ajuste doloroso", diz.
Apesar de ser uma das publicações de economia mais lidas e respeitadas do mundo, o "Wall Street Journal" fez um trabalho muito superficial nesta sua análise sobre a economia brasileira. Ao contrário do que o jornal diz, a imprensa internacional critica frequentemente a política econômica do governo, quase sempre com mais embasamento de que o "WSJ", e raramente culpando apenas a economia internacional pela crise. Mesmo que seja possível defender a tese apresentada pelo jornal, e que muitos digam coisas parecidas, o artigo sobre a crise brasileira se baseia apenas em uma entrevista com um pesquisador de um instituto que defende o livre mercado e é forte crítico da política econômica do governo – faltou apresentar maior embasamento e opiniões mais variadas sobre o tema, que é importante para o país.
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