Impeachment é improvável e não ajudaria o Brasil, diz análise na 'Fortune'
A abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff impulsionou o apetite do mercado internacional pela economia brasileira e fez a Bolsa subir junto com o risco do fim do atual governo. O impeachment, entretanto, é improvável e, mesmo se acontecesse, não seria bom para o país e sua economia, segundo uma análise publicada na revista de economia "Fortune".
Para a publicação, os mercados internacionais sobrevalorizam as vantagens de um eventual impeachment e, mesmo com uma eventual saída de Dilma, o país ainda enfrentaria sérios riscos políticos e econômicos.
A análise foi escrita por dois pesquisadores ligados ao grupo Eurasia, uma consultoria internacional especializada em riscos políticos. João Augusto de Castro Neves é o diretor e América Latina na consultoria e Christopher Garman é diretor de pesquisas. Segundo eles, os problemas atuais do Brasil vão além de quem ocupar a Presidência. "Muitos dos atuais limites sobre Dilma também afetariam seu sucessor", diz, indicando que os problemas da economia vão além do atual governo, incluindo as investigações da Operação Lava Jato.
"Vale mencionar que os promotores e juízes no Brasil são constitucionalmente independentes, então há muito pouco que um presidente pode fazer para proteger seus aliados", diz. "O PMDB de Temer foi um aliado-chave do PT. O risco de a Lava Jato chegar ao PMDB e assim comprometer sua habilidade de governar seria grande", explica.
Para os analistas, é importante ainda pensar que um governo Temer não teria facilidades no Congresso, e ainda acabaria enfrentando uma forte onda de protestos e agitações sociais como resultado da derrubada do governo do PT.
O texto critica a forma como o atual governo conduz a política e a economia do Brasil, e ressalta que Dilma tem baixa popularidade, enquanto o impeachment tem apoio da maioria da população. Ainda assim, admite que não há provas de envolvimento dela com corrupção, e explica que o impeachment só foi aceito por "oportunismo" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que queria desviar a atenção dos seus próprios problemas.
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