'Economist' elogia FHC e defende papel de pensador da oposição no Brasil
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu uma chuva de elogios pela sua carreira política em uma reportagem publicada na edição mais recente da coluna da revista "The Economist" sobre a América Latina.
Segundo a revista, ele é o líder extraoficial da oposição ao governo fraco e sem popularidade de Dilma, e vê sua reputação ganhar cada vez mais força em um momento de crise polícia no país. "Seu papel como pensador é mais importante de que nunca", diz.
A revista faz um apanhado da carreira política de FHC e o convida a analisar os problemas atuais pelos quais o país está passando. "Enquanto investigações em uma vasta teia de corrupção na Petrobras se aproxima de Lula, Cardoso desfruta do respeito de um estadista ancião", diz.
"E enquanto o Brasil se afunda no que ameaça ser sua pior recessão desde 1930, o histórico econômico do seu governo parece muito melhor", complementa.
Segundo a "Economist", FHC decidiu publicar o livro de memórias (que antes seriam divulgadas apenas após sua morte), para deixar claro o contraste entre a "limpeza" política do seu governo e a atual onda de escândalos.
Este blog Brasilianismo já tratou das abordagens da "Economist" em relação ao Brasil em outras ocasiões. A publicação é uma das mais influentes do mundo, e costuma servir de referência para discussões a respeito da economia internacional.
A cobertura da revista a respeito do Brasil tem a tendência histórica de alternar momentos de expectativa com críticas vorazes sempre que o modelo da política econômica do governo do país se aproxima ou se afasta dos seus ideais "pró-mercado", segundo a pesquisa de doutorado da socióloga Camila Maria Risso Sales.
No caso do presente elogio a FHC, fica evidente o alinhamento ideológico da revista com o do governo do tucano logo no início do texto publicado na edição mais recente da "Economist": "Como ministro da Fazenda do Brasil e depois como presidente entre 1995 e 2003, Fernando Henrique Cardoso controlou a inflação e modernizou a economia do país ao privatizar empresas estatais e abrir o país a investimentos e comércio estrangeiros", diz o primeiro parágrafo do texto – um elogio forjado no alinhamento ideológico com um país mais aberto ao mercado global.
A revista ressalta que FHC não defende o debate sobre impeachment de Dilma, mas que acredita que ela deveria renunciar ao cargo como um "ato de grandeza".
"Como presidente, Cardoso convenceu o Congresso a aprovar nada menos de que 35 emendas constitucionais, a maioria diminuindo o estado estabelecido em meados do século XX. Seu objetivo, como já escreveu muitas vezes, era permitir que o Brasil crescesse em uma era de Globalização, através da inovação, da tecnologia e da competitividade. Lula em princípio seguiu seus passos. Mas depois de 2007 o Brasil mudou o rumo a uma utopia regressiva do protecionismo de estado. E perdeu uma oportunidade que pode não voltar tão cedo", diz.
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