Violência de 'piratas do asfalto' do Brasil mostra país na visão paraguaia
Dois ônibus do Paraguai foram assaltados enquanto passavam pelo Paraná em uma viagem entre São Paulo e Assunção. A notícia foi publicada pelo jornal paraguaio "La Nación", ressaltando informações sobre a violência no Brasil, e ajudando a entender a forma como o país é visto pelo vizinho – bem diferente da imagem que projeta para países ricos da Europa.
Os ônibus, segundo a publicação, foram abordados por "piratas do asfalto" em uma região que já é conhecida pelo alto risco de assalto. O próprio título da reportagem mostra o quanto é comum esta abordagem: "Assaltaram novamente ônibus paraguaios no Brasil". "Novamente", diz. Publicada em uma nota curta, a notícia dá feição à cobertura tradicional que jornais paraguaios fazem do Brasil.
Pela proximidade entre os países, pelo fluxo de viajantes na fronteira, e por uma relação de força diferente entre Brasil e Paraguai, os veículos de comunicação do vizinho costumam publicar muitas reportagens sobre casos assim. É interessante perceber como isso revela que os jornais paraguaios costumam fazer uma cobertura diferente dos fatos brasileiros.
Reportagens sobre política e economia também revelam isso. As notícias sobre a crise, por exemplo, costumam apontar os efeitos dos problemas do Brasil sobre a economia paraguaia. Em política, foi grande a cobertura que os jornais paraguaios fizeram da declaração da presidente Dilma Rousseff de que não sofreria um "golpe à paraguaia", há algumas semanas.
Não que casos de violência contra estrangeiros não apareçam em publicações do resto do mundo, mas a impressão é de que há menos a intenção de "revelar o país", explicar o que é o Brasil, aos leitores paraguaios, que se vê em publicações europeias e dos Estados Unidos. Aparece mais o objetivo de mostrar o mundo real, que muitos paraguaios já conhecem. São frequentes as notícias relacionadas a violência, a trânsito, a problemas em estradas, por exemplo.
Este noticiário mais próximo, mais "mundo real", acaba sendo menos aprofundado de que o que se vê em longas análises de publicações de escala global como o "New York Times" e o "Guardian", mas ajuda a revelar muito sobre a relação entre os dois países – tão próximos, mas às vezes tão distantes.
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