Três casos reforçam imagem internacional de violência policial no Brasil
A violência policial tem se consolidado como um dos principais temas relacionados ao Brasil a ganhar destaque na imprensa internacional. Durante o último fim de semana, três notícias diferentes sobre este mesmo tema reforçaram a imagem de que as forças de segurança no Brasil agem de forma truculenta.
O número mais alarmante foi divulgado em jornais como o francês "Le Parisien". "Pelo menos 3.022 pessoas são mortas pela polícia em um ano", diz o título da reportagem. A publicação foi um dos veículos internacionais a discutir dado publicado pela Folha de S.Paulo na última semana. Os dados fazem parte da 9ª edição do Anuário de Segurança Pública que será lançado semana que vem pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ONG que reúne especialistas em violência urbana.
"Os policiais de São Paulo e do Rio, que representam 29% do total de policiais brasileiros, são responsáveis por 51,3% de todas as mortes imputadas a agentes de forças de segurança no gigante sul-americano em 2014", diz o texto.
Uma outra publicação francesa, a "Radio France Internationale" publicou uma reportagem sobre o vídeo em que policiais do Rio de Janeiro forjam um confronto com um adolescente morto por eles.
"Este vídeo e a polêmica que ele suscitou estão longe de ser exceção no Brasil, e este tipo de maquiagem em assassinatos se tornou até mesmo uma prática corrente", diz a RFI.
O terceiro caso recente de violência polícial ganhou as páginas do "New York Times". "Manifestante brasileiro leva um tiro de bala de borracha por derrubar boné de policial", diz o título da reportagem no jornal americano.
O texto analisa o caso ocorrido no Recife, onde um vídeo registrou o momento em que um policial atira contra um manifestante depois de um incidente inofensivo.
Este blog do Brasilianismo já registrou algumas ocorrências de reportagens internacionais sobre a violência political no Brasil.
Uma reportagem da agência internacional de notícias France Presse republicada em jornais de diferentes partes do mundo e em vários idiomas expôs um grave problema do Brasil atual: policiais são os principais suspeitos de um massacre na periferia de São Paulo. Para piorar, diz, parte da população aceita a violência, desde que seja contra "suspeitos de crimes".
Em uma outra ocasião, um relatório da ONG Anistia Internacional indica que a polícia brasileira e autoridades ligadas ao governo usam a ideia de legítima defesa como "cortina de fumaça" para encobrir execuções extrajudiciais praticadas por agentes de segurança pública.
Outro caso evidenciou o racismo escondido da sociedade brasileira foi destacado em uma dezena de reportagens na mídia internacional ao longo dos últimos dias. A notícia de que mais de uma centena de adolescentes cariocas foram recolhidos pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, sem nenhum motivo aparente, a caminho das praias da zona sul da cidade gerou reação da mídia em diferentes países atacando a discriminação. Segundo o jornal britânico "The Independent", o caso demonstra que o Brasil vive um "apartheid simbólico".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.