Rebaixado, Brasil vira 'lixo'; 'Economist' diz que notícia era esperada
O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de risco Standard & Poor's vai afetar ainda mais a combalida economia nacional, mas não chegou a ser vista como novidade pelo mercado ou pela imprensa no Brasil e no resto do mundo. Com tantas notícias negativas sobre as finanças nacionais, já era algo esperado, e até contabilizado em muitos negócios. Para grande parte da mídia global, com o rebaixamento, o Brasil foi transformado em "lixo", e segundo a a revista "The Economist", "o mistério é por que isso não aconteceu mais cedo?"
A revista, assim como a maior parte da imprensa internacional, usa o termo "junk" para se referir ao rebaixamento da nota do Brasil. A palavra normalmente pode ser traduzida como "lixo", "coisa velha", "sem valor", "sucata", e se refere à forma como o crédito do país é visto no mercado global – um crédito de baixa qualidade. É um termo usado de forma pejorativa para a avaliação de risco de países que não têm o grau de investimento. A nota de baixa confiança se reflete num baixo valor do próprio país.
Economistas brasileiros discordam dessa forma de tratar o país, naturalmente. O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo, por exemplo, disse ao "Valor Econômico" que "junk" é um termo muito forte, e que o rebaixamento na verdade se refere ao fato de que o Brasil passou a ser visto como um investimento especulativo, e não exatamente como "lixo".
A "Economist" chama o rebaixamento de "ataque das agências de risco. Segundo a revista, após o rebaixamento é inevitável pensar que parte do capital internacional vai fugir do Brasil. "Isso não vai quebrar o Brasil de hoje, com sua economia diversificada e grandes reservas internacionais, como poderia ter quebrada em dias mais caóticos. Mas o governo já tem custos altos para empréstimos, e isso deve aumentar ainda mais, elevando o risco de um novo rebaixamento. O capital também vai ficar mais caro para empresas. Nada disso vai ajudar o Brasil a se livrar da recessão em que entrou no segundo trimestre deste ano", diz.
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