Crises política e econômica deterioram imagem internacional do Brasil
O primeiro semestre de 2015 mudou radicalmente a forma como o Brasil é visto no exterior. Depois de passar anos sendo a "bola da vez", o país passa por um forte encolhimento da qualidade da sua imagem, que se torna mais negativa a cada dia na imprensa do resto do mundo. Como este blog Brasilianismo tem mostrado, a cada dia saem mais reportagens sobre os problemas do país na imprensa internacional, o que simboliza uma grande piora dessa imagem do país.
A deterioração dos indicadores econômicos e a crise política que atingem o país derrubaram a reputação do Brasil, segundo o índice I See Brazil, levantamento mais completo a calcular essa imagem do país no mundo.
Entre janeiro e junho, o índice que pondera as avaliações da imprensa e dos especialistas internacionais e atribui uma nota à percepção do país no exterior marcou 2,057 pontos em uma avaliação que vai de 0 (extremamente negativa) a 10 (extremamente positiva).
Apesar de ser uma nota geral muito baixa, foi uma avaliação melhor de que a do primeiro trimestre, quando a nota da imagem do Brasil atingiu seu pior momento, com 1,483 pontos. A maior marca já atingida pelo índice foi registrada no terceiro trimestre de 2014, quando ele chegou a 5,002 pontos.
Segundo a Imagem Corporativa, agência que faz o estudo, apesar da imensa quantidade de reportagens sobre a recessão econômica, o maior problema de imagem do Brasil é político.
"O I See Brazil Index Política mostrou uma queda de quatro pontos, passando de 5,332 para 1,154 pontos. O I See Brazil Index Economia teve comportamento semelhante, declinando de 4,352 para 2,287 pontos. Apenas o I See Brazil Index Socioambiental ficou estável, subindo de 2,726 para 2,744 pontos", diz o estudo.
Segundo o levantamento, a crise política fez com que o Brasil recebesse mais atenção em alguns veículos da imprensa internacional do que a Copa do Mundo. Nos primeiros seis meses de 2015, explica, houve um aumento expressivo no volume de reportagens publicadas na imprensa internacional sobre o Brasil, passando de 458 para 1.020 registros.
A agência de comunicação analisa as reportagens sobre o Brasil publicadas em oito veículos internacionais de imprensa para criar o índice I See Brazil: o argentino "Clarín", o alemão "Der Spiegel", o espanhol "El País", os britânicos "Financial Times" e "The Economist", o francês "Le Monde" e os americanos "The New York Times" e "The Wall Street Journal".
Considerando que a recessão técnica do país só foi oficializada no segundo semestre, e que a definição do orçamento para o próximo ano com déficit só aconteceu em setembro, é natural esperar que a imagem da economia seja mais negativa na avaliação deste terceiro trimestre, quando o tema está dominando a atenção dada ao país na imprensa internacional. A imagem está ruim, e pode piorar ainda mais.
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