Anistia Internacional: 'Rápida no gatilho', polícia mata centenas no Rio
Um relatório da ONG Anistia Internacional indica que a polícia brasileira e autoridades ligadas ao governo usam a ideia de legítima defesa como "cortina de fumaça" para encobrir execuções extrajudiciais praticadas por agentes de segurança pública.
O relatório divulgado em diferentes países e em vários idiomas ajuda a reforçar uma imagem internacional de violência no Brasil, que já tinha ganhado destaque nos últimos meses a partir da divulgação de dados sobre homicídios no país. Reportagens sobre a questão de segurança pública costumam indicar a falta de segurança e o rotineiro desrespeito aos direitos humanos no país.
"A Polícia Militar do Rio de Janeiro parece seguir uma estratégia de 'atirar primeiro, perguntar depois' e está contribuindo para o aumento do número de homicídios, apesar de raramente ser investigada", diz a apresentação do relatório na página da (AI).
Segundo o estudo intitulado "Você matou meu filho! – Homicídios cometidos pela polícia militar na cidade do Rio de Janeiro", cerca de 16% do total de assassinatos registrados na capital fluminense nos últimos cinco anos ocorreram em decorrência de ações da polícia, mas apenas um caso chegou a ser denunciado à Justiça, o que indica um alto índice de impunidade.
Somente no estado do Rio de Janeiro foram registrados 8.466 casos de mortes decorrentes de intervenção policial entre 2005 e 2014. Após analisar homicídios praticados pela polícia entre 2014 e 2015 na favela de Acari, no Rio de Janeiro, entrevistar vítimas, familiares e testemunhas, além de coletar detalhes sobre cenas dos crimes, registros de ocorrência, atestados de óbito, e inquéritos policiais, o relatório da Anistia Internacional indica a existência de fortes indícios de execuções extrajudiciais e um padrão de uso desnecessário e desproporcional da força pela Polícia Militar.
O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou considerar "injusta" e "temerária" a divulgação do relatório. Para o secretário, a capa do estudo da Anistia Internacional "já cria um estigma antecipado do policial". Beltrame disse entender que, atualmente, no Rio, os níveis de criminalidade estão caindo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.