Brasil é apenas o 23º país com mais 'poder suave' do mundo, diz estudo
O Brasil aparece em 23º lugar no ranking de países com mais "poder suave" do mundo, de acordo com um estudo divulgado nesta semana na Inglaterra. Segundo a pesquisa sobre as maiores potências de "soft power" do planeta, o Brasil alcançou 46,63 pontos em uma avaliação da capacidade de alcançar objetivos em relações internacionais de forma pacífica e com base no convencimento de outros países.
O país é descrito no relatório da pesquisa, como uma "potência emergente que vai ser particularmente interessante de acompanhar no futuro".
"O maior país da América do Sul tem muito a seu favor, e os maiores recursos de 'soft power' da região. De fato, o Brasil é o melhor dos BRIC no índice. O Brasil recentemente sediou o mundo durante a Copa do Mundo de 2014, e vai fazê-lo novamente na Olimpíada de 2016, no Rio. Mas o Brasil também enfrenta a corrupção – ilustrada pelo contínuo escândalo da Petrobras – bem como questões relacionadas a desigualdade", diz o trabalho.
O resultado é positivo, considerando que o Brasil é um dos mais países mais bem colocados entre as nações em desenvolvimento, e aparece à frente de qualquer outro da América do Sul ou dos BRIC. Além disso, o país tem uma posição parecida com o 20º lugar em que costuma aparecer em outro ranking, o Anholt-GFK Nation Brands Index, que avalia o quanto a "marca Brasil" é valorizada em outros países, e que também tem forte relação com "soft power" – como um todo, os dois índices são bem parecidos.
Ainda assim, o resultado pode ser visto como frustrante. Isso porque o "soft power" tem sido uma das grandes apostas da diplomacia nacional. O Brasil aparece atrás de Portugal, Áustria e Finlândia, por exemplo, países que apesar do posicionamento estratégico vantajoso, aparentam se esforçar menos de que o Brasil para ser o "boa praça" das relações internacionais.
Uma vez que o Brasil não dispõe de um poderio militar que o coloque como uma das grandes potências do mundo, o Ministério das Relações Exteriores tem apostado nessa tradição pacífica de engajamento com a comunidade internacional, e muitos analistas chegam a pensar no Brasil como uma grande "potência" em termos de "soft power", o que permitiria que se imaginasse que o país teria um posicionamento melhor de que o revelado por este índice.
A lista reúne os 30 países com mais "poder suave" no mundo e é dominada por países ricos e desenvolvidos. O primeiro lugar do ranking é o Reino Unido (com 75,61 pontos), seguido pela Alemanha (73,89) e pelos Estados Unidos (73,68). O ranking foi desenvolvido pela empresa de consultoria estratégica e de pesquisas de "place branding" Portland em parceria com o Facebook e a empresa de pesquisas ComRes.
O termo "soft power" foi criado pelo cientista político norte-americano Joseph Nye na década de 1980. Ele faz referência a uma nova modalidade de influência em relações internacionais, mais relacionada à capacidade de convencimento por argumentos de que pela força. Por esta teoria, não basta a um país ter poder militar e bélico para ser uma potência internacional, mas é preciso cativar "corações e mentes" e convencer outros países a agirem em parceria de forma pacífica.
"A capacidade de um país de se engajar com audiências globais e atrai-las nunca foi tão importante para a prosperidade, a segurança e a influência internacional", diz o estudo com o ranking publicado nesta semana.
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