Estudo mostra que imagem do Brasil no mundo tem se tornado mais negativa
O noticiário internacional a respeito do Brasil assumiu um tom bem negativo desde o início do ano passado. O que se percebe diariamente na leitura das reportagens que citam o país é comprovado pelo levantamento de uma agência de comunicação que faz uma contabilização bem completa das menções ao Brasil no exterior e avalia o tom geral dessa cobertura.
Segundo o índice I See Brazil, da Imagem Corporativa, a imagem do Brasil nos veículos de comunicação internacionais atingiu no início deste ano seu ponto mais baixo em anos.
O boletim dá uma nota à percepção internacional do Brasil após ponderar as avaliações da imprensa e dos especialistas internacionais. A evolução dessas notas mostram uma clara tendência pessimista, com notícias cada vez mais negativas a respeito do país desde o começo de 2014.
No início deste ano, a nota foi 1,483 em uma escala de 0 a 10. No final de 2014, a nota havia sido bem maior, 3,125, e, no início do ano passado, 3,611.
O relatório da pesquisa responsabiliza problemas ligados à política e a corrupção, além de críticas à crise econômica, que dominaram a percepção externa do país nos primeiros três meses de 2015. Além dessas questões, problemas no abastecimento de água e de energia passaram a ganhar mais atenção internacional.
O estudo I See Brazil destaca, entretanto, que em meio ao pessimismo em relação ao país, há um tom mais positivo na cobertura relacionada a empresas brasileiras no resto do mundo – como as aquisições e movimentações do grupo do bilionário Jorge Paulo Lemann.
Segundo a Imagem Corporativa, a desaceleração econômica, desdobramentos do caso Petrobras e a crise política devem continuar sendo os principais temas relacionados ao Brasil na imprensa estrangeira nos próximos meses. Além desses, problemas no abastecimento de água e energia, reforma política, ajustes econômicos e retração de investimentos externos também podem entrar na pauta.
O estudo leva em conta a avaliação das menções ao Brasil em oito veículos internacionais: o "Clarín", da Argentina; "Der Spiegel", da Alemanha; "El País", da Espanha; o "Financial Times" e a "Economist", do Reino Unido; "Le Monde", da França; o "New York Times" e o "Wall Street Journal", dos EUA.
A avaliação foi feita no primeiro trimestre e, portanto, não leva em consideração reportagens levemente mais positivas em relação ao futuro do país publicadas nas últimas semanas, nem conta com os pacotes mais recentes do governo para atrair capital estrangeiro, como o plano para investimentos em infraestrutura anunciado nesta semana. As recentes demonstrações de alinhamento do governo com os interesses do mercado podem levar as notícias de economia a assumirem uma postura menos negativa sobre o país nos próximos meses – mas ainda falta uma longa caminhada para que o Brasil chegue e níveis próximos do otimismo quase eufórico que era registrado pelos estrangeiros até 2010 e 2011.
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