'The Economist' ataca governo Dilma e faz ampla defesa de Eduardo Paes
Um ataque ao governo da presidente Dilma Rousseff e um abraço elogioso no prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Em dois longos textos sobre o Brasil, a mais recente edição da revista "The Economist", assumiu uma postura política em que é ao mesmo tempo abertamente crítica ao governo federal, alegando que Dilma sequer tem algum poder para governar, mas também praticamente declara apoio à administração do Rio, que está "melhor de que o esperado" nos preparativos para as Olimpíadas.
Em um texto que fala sobre Dilma como "o fantasma no planalto", a revista alega que os manifestantes que protestam contra o governo já conseguiram mais de que eles imaginam: "A presidente Dilma Rousseff continua no governo, mas por muitas questões práticas, não está mais no poder. E o partido de esquerda PT, oficialmente no poder, não toma mais as decisões em Brasília", diz.
A "Economist" lista os problemas que afetam o governo federal desde o ano passado, e vai ainda mais longe ao afirmar que Dilma terá dificuldades em sobreviver no poder. "Nas últimas seis décadas o Brasil viu quatro formas diferentes em que presidentes deixaram de completar seus mandatos. Um presidente se suicidou. Outro renunciou. Um terceiro foi tirado por um golpe militar, enquanto um quarto sofreu impeachment", diz a revista, ressaltando que é "difícil imaginar um suicídio ou um golpe" no momento atual.
Enquanto o primeiro texto narra or problemas da presidente, um segundo trata especificamente do Rio de Janeiro, elogiando os preparativos para os Jogos Olímpicos e ecoando o discurso do prefeito de que o evento "vai mostrar que [o Brasil] pode completar grandes projetos dentro do prazo e do orçamento", diz.
Em um texto abertamente favorável à administração da cidade, Paes é chamado de "político ambicioso", mas de "abordagem sóbria" para os preparativos, demonstrando "competência despretensiosa".
A "Economist" diz que as obras estão avançadas, que os jogos do Rio vão sair mais baratos de que outros anteriores, que o evento vai ser positivo para a economia da cidade e que vai deixar um legado para o transporte público da cidade. Algumas coisas ainda podem dar errado, o texto diz, mas até agora, o que há de problemas, como a poluição da Baía de Guanabara, a revista alega que "não é culpa de Paes".
Este blog Brasilianismo já tratou das abordagens da "Economist" em relação ao Brasil em outras ocasiões. A publicação é uma das mais influentes do mundo, e costuma servir de referência para discussões a respeito da economia internacional, mas a cobertura dela respeito do Brasil tem a tendência histórica de alternar momentos de expectativa com críticas sempre que o modelo da política econômica do governo se aproxima ou se afasta dos ideais "pró-mercado", segundo a pesquisa de doutorado da socióloga Camila Maria Risso Sales.
Nos últimos meses, a revista tem sido forte crítica do governo Dilma, então a primeira reportagem das publicadas nesta semana nem chega a ser surpreendente. O mais estranho neste momento é ver um elogio tão rasgado ao prefeito do Rio de Janeiro, mesmo com os problemas políticos e econômicos que a cidade vem enfrentando junto com o resto do país.
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