Bolsonaro tem que decidir se é um líder ou um Trump exagerado, diz analista
O Brasil vive dois momentos diferentes, um em sua política e outro na economia, diz um artigo publicado pelo jornal Miami Herald.
Enquanto a reforma da Previdência é um avanço positivo para a economia, o presidente Jair Bolsonaro gera "barulho populista, retórica polarizadora e uma série de gafes e erros", avalia Peter Schechter, produtor do podcast Altamar e ex-diretor do Centro Latino-Americano do Atlantic Council.
"Agora Bolsonaro terá que decidir que tipo de presidente quer ser. Ele parece não conseguir decidir entre ser um formulador de políticas responsável que ouve conselheiros ou um polarizador como Donald Trump mais exagerado, constantemente lançando batalhas culturais", diz o artigo.
Schechter analisa os primeiros meses de governo de Bolsonaro e indica a divisão entre o avanço da agenda econômica e o caos na política do país. Segundo ele, se Bolsonaro preferir manter a retórica polarizadora, isso pode ameaçar os avanços importantes na economia.
"Com o palco montado para as maiores reformas do Brasil na história recente, a maré é agora está a favor de Bolsonaro. Ele pode escolher guerras culturais, mas depois de uma década de estagnação, as questões econômicas inevitavelmente voltarão a tomar o centro das atenções políticas. As cortinas da presidência de Bolsonaro reabriram. Mas para que a administração acerte, terá que resolver as divisões internas de sua base."
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