‘Capitalismo de compadrio’ vai ajudar a Vale após Brumadinho, diz Economist
A petroleira britânica BP teve um prejuízo de mais de US$ 60 bilhões depois do desastre com a plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, em 2010. Apesar de o impacto do caso poder ser comparado ao das tragédias em Brumadinho e em Mariana, e colocarem a Vale sob pressão parecida com a ocorrida nos EUA, segundo a revista The Economist, a Vale provavelmente vai aguentar firme.
"Este é o Brasil do capitalismo de compadrio, não os EUA loucos por processos legais. Embora os políticos argumentem que os desastres no Brasil não devem ser menos onerosos para as grandes empresas do que os do Golfo do México, poucos estariam dispostos a ver a Vale sofrer a mesma agonia que a da BP", diz uma reportagem publicada na edição mais recente da revista.
A publicação traz dois textos sobre o rompimento da barragem de Brumadinho. Em uma delas, com tom mais de relato do caso, é feita uma crítica à forma como o governo tem protegido mineradoras no Brasil, o que leva a problemas como os registrados nos últimos anos. A outra, com tom ainda mais forte, ataca a forma como o caso está sendo tratado no Brasil e indica ver chances de saídas com poucas punições para os responsáveis.
Segundo a Economist, o minério de ferro em Minas Gerais passa a impressão geral de "um capitalismo descuidado", e o Brasil vive há anos uma relação problemática de favorecimento do governo às empresas mineradoras, o que deve se repetir após o desastre.
"Há muitos incentivos para o novo governo de Jair Bolsonaro ser indulgente, e não apenas a sua postura favorável aos mercados. Inicialmente, a Vale perdeu US$ 19 bilhões de seu valor após o desastre, mas logo depois reduziu algumas perdas. O valor das suas ações, embora mais baratas, não estão indicando sérios problemas à frente", diz.
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