Condenado, Palocci já foi a cara do sucesso econômico do Brasil no mundo
Preso desde setembro do ano passado e agora condenado a 12 anos de prisão, o ex-ministro Antonio Palocci por muito tempo foi associado no exterior ao sucesso econômico do Brasil durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos principais exemplos disso é um perfil dele publicado pelo jornal americano "The New York Times" em 2004, em que Palocci é apresentado como o médico responsável pela saúde econômica do Brasil.
"O senhor Palocci, um médico do interior agrícola do Brasil e ex-trotskista, é o primeiro a admitir que sabia pouco sobre os meandros da política fiscal quando se tornou ministro da Fazenda do país. Agora, depois de um curso intensivo, de falar com investidores, acadêmicos economistas e de quase dois anos de o trabalho, ele dirige a expansão econômica mais robusta do Brasil em uma década", dizia o jornal.
O texto explicava que a valorização das commodities vendidas pelo Brasil empurravam a economia do país e faziam com que Palocci conseguisse impor sua agenda mesmo aos seus correligionários mais de esquerda.
"A onda de boas notícias econômicas solidificaram a reputação de Palocci como o membro mais influente do governo Lula", diz o jornal, explicando que a posição antes era ocupada por José Dirceu, que discordava da política econômica de Palocci.
"Ao aderir a políticas de austeridade monetária e fiscal diantes da feroz oposição dos membros do Partido dos Trabalhadores, Palocci deu passos significativos na limpeza das finanças públicas notoriamente instáveis do Brasil", dizia o "NYT".
As quedas de Palocci no governo Lula e, depois, no de Dilma, bem como seus problemas com a Justiça, foram bem acompanhadas pela imprensa internacional, que mudou o tom em relação ao ex-ministro. Ainda assim, para as publicações internacionais, Palocci dava um rosto ao que era visto como o sucesso econômico conquistado pelo governo Lula –algo que depois seria assumido pelo então presidente do Banco Central, hoje ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e que seria contraposta à crítica ferrenha à política econômica "intervencionista" de Guido Mantega.
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