Brasil vive 'confortável contradição racial', diz antropóloga dos EUA
Apesar de o país ter orgulho de sua história de miscigenação racial e da ausência de conflitos raciais declarados, o Brasil mantêm uma sociedade em que estão presentes cotidianamente as ideias de superioridade dos brancos e inferioridade dos negros. Esta tese é apresentada pela antropóloga Jennifer Roth-Gordon, da Universidade do Arizona, nos EUA, em um livro recém-lançado.
Em "Race and the Brazilian Body: Blackness, Whiteness and Everyday Language in Rio de Janeiro" (Raça e o Corpo Brasileiro: Negritude e Branquitude na Linguagem Cotidiana no Rio de Janeiro), Roth-Gordon alega que o país vive uma "confortável contradição racial" no contraste entre a teoria e a prática do racismo no país que por muito tempo se propôs como uma democracia racial.
"Existe uma profunda desigualdade racial no Brasil, e mesmo assim as pessoas acham que não são racistas", explicou a pesquisadora, em texto publicado no site da universidade do Arizona.
Segundo a reportagem, a antropóloga esteve no Brasil pouco antes dos Jogos Olímpicos e viveu de perto o preconceito ao ver seus dois filhos, que são negros, serem tratados como inferiores nas ruas do Rio.
O livro se baseia em pesquisa de campo e entrevista com brasileiros para tentar revelar como o racismo existe no país, ainda que pareça estar escondido.
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